MEDIAÇÃO SOCIAL COM IDENTIDADES QUILOMBOLAS: A PERSPECTIVA INTERCULTURAL E SIMÉTRICA

Autores

  • Jeniffer Hübner PPG em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria. https://orcid.org/0000-0002-0468-2737
  • José Marcos Froehlich Professor Titular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); https://orcid.org/0000-0001-6968-8497
  • Fernanda Americo Possui graduação em Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Faz parte do Laboratório de Investigação Sociológica (LabIS), e integra o Núcleo de Extensão e Desenvolvimento Territorial (NEDET).

Resumo

Nas últimas décadas, a interculturalidade vem se apresentando enquanto uma noção em construção, que busca a superação de conflitos através da proposta de um diálogo fecundo e mutuamente enriquecedor entre culturas diversas. O diálogo intercultural se estabelece em condições ou busca por simetria, mesmo que atravessado por conflitos e relações de poder, buscando romper a hegemonia das representações dominantes e possibilitar expressões para as identidades tradicionalmente excluídas. O objetivo deste estudo é analisar processos de mediação social com identidades quilombolas, a partir da perspectiva intercultural e simétrica, buscando compreender de que modo o complexo contexto intercultural vivenciado na Comunidade Quilombola de Júlio Borges (Salto do Jacuí, RS) interfere nos processos de mediação que diferentes instituições têm exercido. Recorremos a técnicas de pesquisa qualitativa, como a abordagem etnográfica e entrevistas, conjecturando principalmente com base na acumulação de experiências e processos de mediação do NEDET-UFSM. Consideramos que os processos de mediação social tem como principal desafio o diálogo intercultural entre sujeitos de culturas diferentes porque estes não possuem os mesmos códigos para se comunicar. A multiplicidade de práticas discursivas e não discursivas, se expressam pragmaticamente nos projetos e processos de mediação que as diferentes instituições têm exercido, e demonstram a necessidade de diálogo atento entre as instituições e os atores. Assim, em contexto sócio histórico que considera comunidades tradicionais como obstáculo para o progresso é crucial pensar propostas de reconhecimento e inclusão socioprodutiva conjuntamente aos atores que vivenciam esses contextos interculturais cotidianamente, levando em consideração as identidades e especificidades socioterritoriais desses grupos. 


Biografia do Autor

  • Jeniffer Hübner, PPG em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria.
    Antropóloga e Socióloga, doutoranda pelo programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 
  • José Marcos Froehlich, Professor Titular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);
    Pós-Doutor em Antropologia Social pela Universidad de Sevilla (Espanha); Doutor em Ciências Sociais pela UFRRJ; Mestre em Sociologia pela UFRGS e Graduado em Agronomia pela UFSM. Professor no Departamento e nos PPGs em Extensão Rural e em Ciências Sociais da UFSM.

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Publicado

2024-01-09