O presente artigo tem como temática diálogos entre Educação Financeira e Políticas Públicas no âmbito brasileiro. O mesmo está articulado à pesquisa de mestrado, em desenvolvimento, que tem como objetivo analisar as racionalidades e intencionalidades da chamada Estratégia Nacional de Educação Financeira, principalmente no que diz respeito aos seus potenciais alcances, sem desconsiderar seus limites diante das crises vivenciadas no país. Em virtude da necessidade de estabelecer um recorte teóricometodológico, para o presente artigo, foram estabelecidas algumas lentes de análise de forma a contextualizar tal estratégia no bojo das relações com os organismos internacionais. O estudo tem características da pesquisa qualitativa, de caráter documental. O processo de análise e seleção do corpus se constituiu em duas etapas, sendo a primeira, a leitura do material produzido pela ENEF - Estratégia Nacional de Educação Financeira e de documentos de organismos internacionais como a ONU e OCDE. A educação financeira pode ser compreendida como possibilidade para o desenvolvimento social e econômico, pois indivíduos educados financeiramente, poderão gerir melhor seus recursos e tomar decisões mais assertivas. Entretanto, não se pode debruçar-se sobre tal seara sem problematizar se os processos contemporâneos relacionados à educação financeira, por vezes não possuem também como pretextos estabelecer dinâmicas de culpabilização e responsabilização do indivíduo de suas próprias vulnerabilidades.