A MEMÓRIA REIFICADA COMO PAISAGEM NO TEMPO E PELA LITERATURA: PRESENÇAS E APAGAMENTOS NA CONSTITUIÇÃO SOCIOESPACIAL DE CONCEIÇÃO DO ARROIO/OSÓRIO.

Leonardo Eberhardt Rosa, André dos Santos Baldraia Souza

Resumo


Este trabalho apresenta uma reflexão acerca da ideia de espaço como um sistema de objetos e um sistema de ações na acepção dada por Milton Santos, e sua implicação na reificação da cidade e região pela memória, que se desloca e se reconstrói permanentemente nas narrativas literárias com algum caráter histórico e, ao mesmo tempo, configura de certa forma a percepção do presente e suas ausências, seja pela impossibilidade objetiva do lembrar, seja pela reconfiguração dada pelos indivíduos às paisagens (Simmel, 1996) no contexto do sistema de objetos e ações miltoniano. Desta forma, é especialmente sobre os livros “A Vila da Serra” (1924), de Antônio Stenzel Filho e “Noite de Reis” (1935), de Fernandes Bastos, entre outros escritos (relatos históricos, artigos de jornal, dados biográficos e trabalhos científicos). Para situar documentalmente esse período de desenvolvimento do extremo sul do país, recorreu-se a textos que abordam em algum momento a questão da participação da força de trabalho de pessoas escravizadas na economia da região, entre os quais o de Mario José Maestri Filho (1984 e 2010), a pesquisa documental realizada por Marcos Daniel Schmidt de Aguiar (2006), em sua dissertação de mestrado em Geografia na UFSC, e a coletânea de ensaios organizada por Ilka Boaventura Leite (1996). Destaca-se, nesse contexto verbal escrito, os modos de perceber e invisibilizar a população negra e seus costumes, que também são parte do sistema de objetos e de ações dos espaços da cidade de Osório.


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ISSN 2447-4622