TRANSFORMAÇÕES URBANAS E AGROINDUSTRIAIS NO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL: O PAPEL DAS CIDADES MÉDIAS E DAS COOPERATIVAS NO PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA
Resumo
Nas décadas de 1960 e 1970, o Brasil passou por um processo de reorganização territorial impulsionado pela formação de um complexo agroindustrial, com influência do Estado nas relações entre a agricultura e a indústria. Este processo intensificou a interdependência entre campo e cidade, ao mesmo tempo em que promoveu a especialização de centros urbanos voltados ao atendimento das novas demandas do meio rural. Nesse contexto, as cidades médias assumem papel estratégico na articulação dos sistemas urbanos regionais e na reorganização produtiva do território. O texto aborda, como recorte territorial, a região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, com ênfase nas cidades de Ijuí, Santo Ângelo e Santa Rosa, que desempenham a função de centros regionais para os municípios do entorno. Analisamos quais os papéis desempenhados por essas cidades no circuito da agricultura modernizada, através da atuação das Cooperativas Agropecuárias que exercem importante papel enquanto agentes de produção do espaço. Essas cooperativas ao promoverem atividades como beneficiamento, armazenagem e comercialização de grãos, além da oferta de serviços diversos, desempenham papel central no dinamismo socioeconômico regional. Além da centralidade urbana que Ijuí, Santo Ângelo e Santa Rosa apresentam na região noroeste do Estado, destaca-se o papel que essas cidades desempenham no funcionamento da rede urbana regional. Essas cidades configuram-se como nós estratégicos das redes agroindustriais, promovendo um novo ordenamento territorial e refletindo os efeitos da globalização nas dinâmicas urbano-rurais, a partir de uma lógica estruturada pela divisão técnica e social do trabalho.
