A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO PELO OLHAR DOS AGENTES SOCIAIS: ANÁLISE DISCURSIVA DA GESTÃO SOCIAL DA VALORIZAÇÃO DA TERRA EM MUNICÍPIOS NÃO-METROPOLITANOS
Resumo
Este artigo explora a gestão social da valorização da terra em municípios não-metropolitanos do Rio Grande do Sul: Ijuí, Santa Rosa e Santo Ângelo. O estudo baseia-se na perspectiva da produção do espaço urbano e na epistemologia crítica, utilizando a Hermenêutica de Profundidade como método de investigação. O foco principal deste artigo reside na análise do discurso de agentes sociais concretos – representantes do Estado, do mercado imobiliário e da sociedade civil – capturado através de entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram guiadas por quatro eixos estruturantes: gestão democrática das cidades, justa distribuição entre ônus e benefícios de investimentos públicos, recuperação de mais-valias fundiárias e valorização imobiliária. A análise busca compreender como esses agentes percebem e influenciam a dinâmica urbana, revelando as tensões e contradições entre os princípios de uma política urbana democrática e participativa e as práticas de produção do espaço que muitas vezes favorecem interesses particulares. O artigo detalha a metodologia das entrevistas e apresenta as perspectivas dos diferentes grupos de agentes, contribuindo para a discussão sobre a efetivação do direito à cidade em contextos não-metropolitanos.