CIDADANIAS INSURGENTE E PAISAGÍSTICA: A PAISAGEM PERIFÉRICA COMO FERRAMENTA POLÍTICA E PROJETUAL
Resumo
Ao considerar a dimensão política e social da paisagem, que revela as relações de poder e as desigualdades impostas por grupos hegemônicos no território, torna-se possível pensar na inclusão dos grupos historicamente excluídos nos processos de tomada de decisão. justamente por serem eles que habitam essas paisagens de forma coletiva e cotidiana. São esses grupos que, de forma relacional, produzem as paisagens periféricas e protagonizam as lutas pelo direito de permanecer nesses espaços de forma digna. Este trabalho propõe, portanto, através de uma revisão dos principais teóricos do urbano e da paisagem, traçar um paralelo entre duas formas de conceber a cidadania – cidadanias insurgentes e cidadania paisagística, como propostas alternativas para se pensar o urbano e o fazer cidade. Em um contexto marcado pela exclusão e pelas lutas por permanecer no território, ambas as abordagens desafiam a noção tradicional e formal de cidadania, ao incorporar práticas cotidianas, apropriações simbólicas e demandas por reconhecimento no espaço vivido e por participar de forma efetiva nas decisões sobre o espaço urbano.