PADRÕES ESTRUTURAIS DE VIOLÊNCIA LETAL CONTRA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS NEGROS NO BRASIL (2023)
Resumo
Este artigo analisa os indicadores de violência letal contra crianças, adolescentes e jovens negros no Brasil, com foco nos dados de 2023, para compreender como esses números revelam padrões estruturais de desigualdade racial, social e institucional. A pesquisa tem como objetivo geral compreender de que forma os indicadores de violência evidenciam padrões estruturais de letalidade e, especificamente, descrever os indicadores acerca das violências letais em face de crianças, adolescentes e jovens negros no Brasil a partir de dados de 2023; e identificar os padrões estruturais presente nas violências letais contra crianças, adolescentes e jovens negros brasileiros. O problema de pesquisa que orienta o estudo questiona: de que forma os indicadores de violências revelam padrões estruturais de letalidade contra crianças, adolescentes e jovens negros no Brasil, considerando dados do período de 2023? Parte-se da hipótese de que a letalidade dessa população está relacionada à seletividade das ações de segurança pública, à insuficiência das políticas de proteção e à permanência de estigmas históricos que desumanizam sujeitos negros e seus territórios. A metodologia utilizada foi de natureza teórica, com abordagem dedutiva, procedimento monográfico e técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados indicam que, em 2023, 82,7% das vítimas de mortes por intervenção policial eram negras, 71,7% tinham até 29 anos e a maioria residia em territórios periféricos. A concentração dessas mortes entre homens jovens negros não é aleatória, mas revela a persistência de uma política de segurança pública seletiva e excludente. Conclui-se que os dados confirmam a hipótese inicial: a letalidade de crianças, adolescentes e jovens negros é estruturada por dinâmicas históricas e institucionais que perpetuam a desigualdade racial. A análise estatística e crítica dos indicadores contribui não apenas para a denúncia dessa realidade, mas também para a formulação de políticas públicas antirracistas e de proteção integral à juventude negra brasileira.Downloads
Publicado
2025-07-03
Edição
Seção
Direitos Fundamentais e Inclusão Social