ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM UTI NEOPEDIÁTRICA E UCI: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Valéria Nicolini, Aline Badch Rosa, Makely Ferreira Rodrigues, Juliana Rohde, Luiza Franco Dias

Resumo


INTRODUÇÃO: O trabalho diário dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neopediátrica e Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), é marcado pela instabilidade no quadro clínico dos pacientes. Os dias dentro das unidades transcorrem entre ruídos e técnicas invasivas, mas também são carregados por medos, fantasias e expectativas. Devido ao público atendido, os profissionais da equipe de saúde encontram-se muitas vezes sensibilizados pelos casos, cabendo ao olhar do psicólogo, além do cuidado ao paciente e sua família, estar atento às emoções despertadas na equipe. O papel da psicologia nesses espaços é pautado no acolhimento e na escuta ativa aos pais dentro das unidades. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, que busca elucidar o fluxo de atendimento aos pais e pacientes de UTI neopediátrica e UCI realizados por residentes da Psicologia, em um hospital de ensino do interior do Rio Grande do Sul, Brasil. As vivências ocorreram durante o período de dois anos de formação, em tempos distintos por cada uma das residentes. As atividades da Psicologia nas unidades consistem em atendimentos individuais para os pais e/ou cuidadores, além de grupos ofertados para os mesmos. RESULTADOS: Observa-se que o tempo de internação é variado nestas unidades, entretanto, os recém nascidos que vão para UTI/UCI Neopediátrica tendem a percorrer um caminho longo durante a hospitalização. Os pacientes frequentemente possuem quadro clínico instável, o que desperta angústia constante nos pais, o que faz com que a rotina da família seja alterada. Também se verifica que, devido ao fato de os bebês serem prematuros ou passarem por adoecimento grave que justifique a internação nessas unidades, os pais tendem a sentirem-se inseguros no exercício dos cuidados com os filhos. O psicólogo intervém com essas famílias por meio da psicoeducação, além de favorecer o contato com a equipe multiprofissional, possibilitando a solução de dúvidas e construção de autonomia e segurança dos pais para com os bebês. DISCUSSÃO: Observa-se que o período de hospitalização em unidades intensivas desperta angústias e fantasias, muitas vezes por que as unidades de cuidados mais intensivos, costumam ser associadas ao risco de morte. O papel do psicólogo frente a esse contexto deve seguir alguns critérios, como conhecer as condições clínicas dos pacientes internados, o contexto socioeconômico das famílias, analisar a relação entre eles e a criança. Também observar os vínculos que se formam neste espaço, trabalhando com familiares prognósticos reservados, e demais demandas emocionais que possam emergir. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O psicólogo no contexto de UTI neopediátrica e UCI necessita ser empático e disponível, observando as necessidades das famílias e pacientes. Por se tratar de um espaço com rotina e horários fixas, em que os pais precisam estabelecer alguns cuidados como amamentação e/ou retirada de leite materno, o trabalho da psicologia precisa ser objetivo em relação às demandas, tendo em vista tais rotinas. Elencar alguns aspectos que necessitam maior atenção pela psicologia, possibilita realizar um atendimento voltado às necessidades do paciente e sua família, auxiliando na travessia desse momento tão único e delicado. Ao psicólogo, nesse contexto, cabe fazer uso da sua ferramenta de trabalho mais importante: a escuta qualificada, estando disponível para acolher as famílias sempre que necessário. PALAVRAS-CHAVE: UTI/UCI NEOPEDIÁTRICA. PSICOLOGIA. FLUXO DE ATENDIMENTO

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