EFICIÊNCIA MÁXIMA NO TRATAMENTO DE MORDIDA CRUZADA ANTERIOR EM PACIENTE CLASSE III ESQUELÉTICA: RELATO DE CASO
Resumo
EFICIÊNCIA MÁXIMA NO TRATAMENTO DE MORDIDA CRUZADA ANTERIOR EM PACIENTE CLASSE III ESQUELÉTICA: RELATO DE CASO
A classe III esquelética uma alteração do posicionamento anteroposterior da mandíbula em relação à maxila, podendo haver um prognatismo mandibular, retrognatismo maxilar ou a combinação de ambos. Em função desta má relação, pode se desenvolver uma mordida cruzada anterior severa, o que gera alterações oclusais, estéticas e funcionais do sistema orofacial. Através deste relato de caso, busca-se descrever o método adotado para a correção rápida e eficiente de mordida cruzada anterior em paciente portador de classe III esquelética, utilizando aparelho ortodôntico móvel aliado ao levante oclusal posterior fixado aos dentes. Paciente R.D.R.F., leucoderma, gênero masculino, 8 anos de idade, procurou, juntamente com seu responsável, a clínica de Odontologia da UNISC para correção de alterações de posicionamento dentário. Foram realizados exame clínico, avaliação de discrepância de modelos, análise de fotografias intra e extraorais e exames radiográficos panorâmico e cefalométrico. Após avaliação minuciosa dos dados, identificou-se um padrão esquelético e dentário de Classe III, confirmado através do valor cefalométrico de Wits de -11mm. Além disso, diagnosticou-se mordida cruzada anterior acentuada, envolvendo os elementos dentários 11 e 21, com overbite acentuado, e em menor grau envolvendo os dentes 12 e 53. O plano de tratamento proposto foi a confecção de aparelho ortodôntico móvel superior, contendo molas para movimentação dos incisivos centrais superiores cruzados, aliado ao arco de Hawley e à grampos de retenção nos dentes posteriores. Para permitir a movimentação rápida e atraumática dos incisivos superiores, planejou-se a confecção de um levante oclusal fixado sobre os dentes póstero-inferiores, tendo como material de escolha o cimento de ionômero de vidro restaurador. Executado o planejamento, o paciente teve acompanhamento semanal, para ativação das molas, ajustes nos grampos de retenção e no arco de Hawley, e avaliação da manutenção da estrutura do levante oclusal. Totalizando 8 semanas de tratamento com aplicação de forças biológicas e sem impedimentos oclusais, observou-se o completo descruzamento dos incisivos centrais superiores, favorecendo o melhor posicionamento dos demais elementos dentários superiores e adequando o padrão de oclusão como um todo. Devido à chance de desenvolvimento de trauma oclusal, há relatos na literatura que contraindicam o uso de levante oclusal fixado em boca. No entanto, presume-se que os benefícios que esta pratica trás, superam os riscos de desenvolver este agravo, já que o período necessário para o tratamento não é considerado suficiente para desencadear uma lesão de trauma oclusal propriamente dita. Conclui-se, assim, que o uso do aparelho ortodôntico móvel, associado ao levante oclusal fixado sobre os dentes póstero-inferiores, apresentou resultados rápidos e de alta qualidade, propiciando ao paciente melhora no padrão facial, anatômico e oclusal, resultando em um maior equilíbrio da região orofacial em sua totalidade. Com o resultado alcançado, novos exames foram solicitados e o caso será reavaliado, com provável terapia para a correção da Cl-III esquelética.
Palavras-chave: Mordida cruzada anterior; Maloclusão de Classe III; Levante oclusal; Aparelho Ortodôntico móvel.
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