RODAS DE CONVERSA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Cláudia Daniela Barbian, Luciana Bock, Ieda Morinel, Valéria Nicolini

Resumo


INTRODUÇÃO: A educação em saúde tornou-se uma ferramenta e alternativa na assistência da saúde na Atenção Básica. O entendimento de que é necessário o empoderamento do usuário, por meio do fortalecimento de sua participação no próprio cuidado, é essencial na Atenção Primária à Saúde. Para tanto, rodas de conversa tornam-se espaços que oportunizam essa prática e geram o compartilhamento de conhecimentos sobre temas relacionados à saúde, proporcionando também, a troca de experiência e um espaço produtor e fortalecedor de autonomia. OBJETIVO: Relatar uma experiência vivenciada na rede de APS, por residentes de um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde (PRMS), diante da realização de rodas de conversa em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF). METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por duas residentes das áreas de Educação Física e Psicologia no primeiro ano do PRMS, de um hospital do interior do Rio Grande do Sul, Brasil. As residentes conduzem rodas de conversa sobre saúde mental e física que atende usuários de uma ESF localizada na mesma cidade, buscando integrar o cuidado para com o usuário. As rodas de conversa iniciaram em maio de 2018 e são realizadas quinzenalmente, com duração média de uma hora. Os temas abordados em cada encontro foram originários de conversa inicial junto à preceptoria da rede de atenção básica, sendo uma profissional do Núcleo de Atenção à Saúde da Família que atende a ESF e outra profissional enfermeira responsável pela ESF. O convite para as rodas de conversa são realizados para os usuários através das agentes comunitárias de saúde. RESULTADOS: Através dos registros de presença verificou-se que até o mês de julho, foram realizadas cinco rodas de conversa, sendo que o número mínimo de participantes foi de um e o máximo 16 usuários, sendo a adesão apenas pelo sexo feminino. As discussões nas rodas de conversa contextualizaram a respeito de assuntos relacionados à saúde mental, qualidade de vida, prática de exercícios físicos, depressão, tristeza patológica, atividade laboral, valorização da mulher e vinculação familiar. São utilizadas como ferramentas metodológicas conversas para explanação da temática proposta e dinâmicas de grupo, criando um espaço de troca de conhecimentos, incitando um pensar compartilhado do público-alvo. DISCUSSÃO: Esse tipo de abordagem em grupo constitui-se como uma prática potente no ensino da saúde, sendo necessário que os profissionais estejam cientes da importância do trabalho voltado ao empoderamento do usuário. A realização de rodas de conversa também fortalece o vínculo entre equipe e comunidade, bem como oportuniza o envolvimento de profissionais de diferentes áreas da saúde, proporcionando um trabalho multiprofissional e cuidado integral. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir das rodas de conversa desenvolvidas junto aos usuários da ESF, constatou-se que as mesmas foram eficazes para a interiorização dos conteúdos abordados, aproximação dos usuários, trocas de experiências e ampliação do olhar sobre sua saúde como um todo. Igualmente, a experiência vivenciada pelas residentes enriqueceu a prática enquanto profissionais, bem como proporcionou aprendizagens sobre ações do cotidiano dos serviços da ESF, considerando suas singularidades, potencializando o trabalho em equipe multidisciplinar e a troca de saberes com a rede de atenção à saúde.

 

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA; ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA; PSICOLOGIA; RODA DE CONVERSA.

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