CETOACIDOSE DIABÉTICA: RELATO DE CASO

Denise Wojahn de Lima, Fabiana Assmann Poll, Jaqueline Faber Rech, Taismara Silveira, Vanessa Regina Limberger

Resumo


Introdução: A cetoacidose diabética (CAD) é uma complicação aguda grave e pode levar a morte. Caracterizada pelo aumento da concentração corporal total de cetonas, hiperglicemia não controlada e acidose metabólica, estes desarranjos resultam de deficiência absoluta ou relativa de insulina ou aumento dos níveis de hormônios contra regulatórios, como o glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento. Ao invés de carboidratos, os tecidos sensíveis passam a metabolizar principalmente gorduras para obtenção de energia. O objetivo deste trabalho é descrever o desfecho e as condutas no manejo da CAD. Metodologia: Relato de caso de paciente com CAD internada em um hospital de ensino do interior do Rio Grande do Sul, durante o mês de Agosto de 2018. Foram coletados dados secundários do prontuário referente ao estado nutricional, dieta e manejo clínico. Resultados e discussão: Paciente do sexo feminino, 54 anos, natural de Candelária, proveniente do ambulatório do hospital, sendo transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), permanecendo 5 dias internada. Os sintomas apresentados foram tosse, febre, dores no corpo, infecção de via aérea com posterior redução do nível de consciência, e patologia de base Diabetes Mellitus tipo 1 (DM). A análise bioquímica mostrou acidose importante e cetonúria. Peso e altura estimados foram de 74,7 kg e 1,55 m, e o estado nutricional, obtido pelo Índice de Massa Corporal (IMC), revelou obesidade grau I (IMC= 31 kg/m²). A conduta médica foi iniciada com o protocolo para manejo de cetoacidose, corrigindo hiperglicemia com dose subterapêutica de insulina, reposição volêmica dos eletrólitos e fluidos (HGT: 348 mg/dL no primeiro dia de internação). No segundo dia de internação, cursou com taquipneia e padrão ventilatório normal, porém confusa e agitada, não sendo possível iniciar terapia nutricional no momento. No terceiro dia, iniciou-se dieta via sonda nasoentérica (SNE), fórmula específica com baixo índice glicêmico, com boa tolerância. As necessidades nutricionais foram calculadas conforme recomendação 26 kcal/kg peso estimado/dia e 1,2 g de proteína/kg peso estimado/dia. No quarto dia respondeu com gestos e com acidose em resolução. No quinto dia de internação, foi retirado SNE, iniciado dieta via oral pastosa para diabetes e hipossódica, com boa aceitação, porém mantinha alguns picos hiperglicêmicos. Foi então encaminhada para o hospital do seu município, e realizadas orientações nutricionais para a alta hospitalar com condutas específicas para DM e alimentação saudável, pois paciente não possuía controle alimentar. A criação de protocolos clínicos específicos é uma das melhores práticas, pois visa atendimento direcionado ao doente e maior custo/benefício. Após o paciente estar compensado hemodinamicamente ou totalmente estável a terapia nutricional é instituída. De acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral a recomendação é iniciar a terapia nutricional nas primeiras 24h às 48h do tratamento. A intolerância gastrointestinal pode levar ao prolongamento do tempo de internação e aumento de mortalidade em pacientes enfermos graves. Conclusão: Orientações nutricionais adequadas ao paciente podem prevenir complicações do DM. Monitorização da glicemia capilar no domicílio, alimentação saudável e ingestão hídrica adequada, são fatores que auxiliam no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Palavras-chave: Cetoacidose Diabética; Diabetes Mellitus: Nutrição.


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