ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO AO PACIENTE NEUROLÓGICO CRITICO EM USO DE DERIVAÇÃO VENTRICULAR EXTERNA

Itagira Manfio Somavillla, Luísa Gelsdorf, Andréia Schubert de Carvalho, Anelise Pillon Ortiz, Mari Ângela Gaedke

Resumo


Introduão: A derivação ventricular externa (DVE) compreende um dispositivo inserido cirurgicamente através de um orifício do crânio, cuja extremidade se mantem posicionada no interior de um dos ventrículos cerebrais, utilizada como ferramenta terapêutica na drenagem de liquido cefalorraquidiano (LCR) ou de forma diagnóstica para avaliação de pressão intracraniana (PIC). Além disso, a DVE é atualmente considerada como padrão-ouro na assistência a pacientes neurológicos graves que necessitam de cuidados em terapia intensiva (SAKAMOTO, V. T. M,2018). Objetivo: Identificar a atuação do enfermeiro no cuidado ao paciente neurológico crítico em uso de DVE, a partir de vivência em cenário de prática. Método: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência de residentes em enfermagem no cuidado a paciente neurológico submetido a DVE de urgência por hemorragia subaracnóide Ictus (HSA), internado em Unidade de Terapia IntensivaAdulto (UTI-A) de um hospital de ensino do Rio Grande do Sul/Brasil. Resultados: Paciente do sexo feminino, 89 anos de idade, apresentando tempo de uso da DVE de 15 dias, com monitoramento contínuo da PIC, da pressão arterial média (PAM) e avaliação do nível de consciência. Após o período de um dia de retirada da DVE, apresentou melhora do padrão cognitivo, recebendo alta para unidade de internação. Dessa forma, o tempo de internação na UTI-A compreendeu 16 dias. Durante o período de internação em UTI, foi possível identificar oscilações importantes no nível de consciência do paciente, relacionadas ao aumento da PIC. Como comorbidades, destaca-se o diagnóstico de hidrocefalia. A presença de DVE no paciente neurológico crítico exige cuidados específicos do profissional enfermeiro, sendo que através desta é possível monitorar a PIC do paciente por tempo contínuo. O enfermeiro atuante na UTI necessita de habilidades para a manipulação do sistema de monitorização, nivelamento do sistema relacionado a drenagem por DVE, de modo a mensurar o nível de drenagem no coletor e realizar, quando necessário, o esvaziamento da bolsa coletora. Além disso, devem existir cuidados quanto ao manuseio da cabeceira do leito, abertura e fechamento da derivação, observação da mobilidade física do paciente, avaliação do nível de consciência pela escala de Coma de Glasgow, bem como realização do curativo craniano a fim de avaliar o sítio de inserção do dreno e possíveis sinais de infecção local. Considerações finais: O paciente neurológico em uso de DVE necessita de cuidados essenciais do profissional enfermeiro, no que tange as peculiaridades de sua patologia, no planejamento da assistência, avaliação clínica diária e sistematizada em UTI. Destaca-se a importância da realização de estudos como este, a fim de aprimorar o raciocínio crítico-reflexivo de enfermagem relacionado a assistência designada a pacientes neurocirúrgicos que necessitam de materiais e tecnologias específicas.

Palavras-Chave: cuidados de enfermagem; neurocirurgia; derivação ventricular externa


Referências


SAKAMOTO, V. T. M.; Derivação Ventricular Externa: desenvolvimento de protocolo assistencial de enfermagem direcionado ao paciente adulto. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, 59 p., 2018.


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