IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE POR RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS, VISANDO O FORTALECIMENTO DAS AÇÕES DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA

Resumo

Introdução: o programa de saúde na escola- PSE é uma estratégia comprometida com a articulação entre saúde e educação, buscando a desenvolvimento integral dos estudantes. Já as residências multiprofissionais em saúde, são definidas como uma especialização, na forma de ensino em serviço, destinadas a profissionais de diferentes áreas da saúde. Em alguns programas de residência, os profissionais são inseridos nas Estratégias de Saúde da Família-ESF, e através dessas têm a possibilidade de atuar junto ao PSE. Nesse sentido, ter profissionais capacitados vinculados a ESF e ao PSE pode ser uma estratégia promissora capaz de dar conta de demandas presentes no ambiente escolar, consoante com o conceito ampliado de saúde. Objetivo: Descrever o desenvolvimento de um programa de educação em saúde implantado por residentes multiprofissionais, visando fortalecer o programa saúde na escola. Metodologia: o presente estudo foi realizado em uma escola da rede municipal de ensino, em Santa Cruz do Sul-RS. As ações foram propostas por duas residentes multiprofissionais, das áreas de Educação Física e Psicologia, vinculadas a uma ESF. Ao pensar as ações foram consideradas as demandas urgentes para saúde na escola. Adotou-se como estratégia discutir saúde mental e estilo de vida, através de rodas de conversa, tendo em vista a importância da sensibilização do processo de saúde e doença são condicionados também pelos modos de vida individuais. O programa foi executado semanalmente, envolvendo um total de 109 alunos, das turmas dos 6o ao 9o anos, do ensino fundamental, de modo alternado. Foram realizados 4 encontros com a temática “Estilos de vida e Saúde Mental” adaptando a linguagem ao público e estimulando a participação de todos. Resultados e discussão: Foi constatado que a compreensão de saúde biopsicossocial, e não apenas a ausência de doença, não se efetiva. Os cuidados têm se limitado a saúde física e atrelados ao viés de prevenção e recuperação da saúde, ou seja, quando doenças ou agravos já se manifestaram. A saúde mental é deixada em segundo plano, sendo pouco pensada ou compreendida de modo equivocado, como se a ajuda especializada fosse necessária apenas diante de sofrimento psíquico intenso. Diante disso, buscou-se sensibilizar os escolares para o conceito de saúde mental e, após, instrumentalizá-los para os cuidados com ela, bem como salientando a indissociabilidade desses conceitos. Também foi estimulada a autonomia dos escolares, para que se vissem como protagonistas no cuidado a saúde. Considerações finais: Foi constatada a necessidade de os profissionais da saúde, em suas práticas, buscarem se aproximar do discurso da saúde pública, da década de 80, redirecionando o modelo de atenção à saúde para a promoção da saúde. Ainda, foi considerado essencial que estes possam estimular o protagonismo dos indivíduos para que compreendam-se enquanto corresponsáveis pela sua saúde. Isso porque, a saúde demanda a participação de diferentes atores, como indivíduos, redes sociais, bem como a participação contínua do estado, por meio da elaboração de políticas públicas intersetoriais objetivando a melhoria na qualidade de vida. Assim, a saúde é entendida enquanto resultante de múltiplos fatores sociais, econômicos, políticos e culturais que se relacionam de diferentes maneiras em cada sociedade e em determinado momento histórico.
Palavras-chaves: Saúde Mental; Promoção da Saúde; Educação em Saúde.