BEBÊ SINDRÔMICO E ASSISTÊNCIA INTERPROFISSIONAL EM UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO PEDIÁTRICO

Mariluza Sott Bender, Cláudia Turra Rossato, Josiane Saldanha Borba, Mari Ângela Gaedke, Aline Badch Rosa

Resumo


Introdução: A diferença sempre foi vista com estranheza nas diferentes sociedades, e ainda hoje, bebês que nascem com síndromes genéticas se constituem como sujeitos em um contexto que, apesar de muitas vezes estar travestido por discursos politicamente corretos, é hostil à sua existência. Ademais, as famílias destes bebês se deparam com filhos reais que diferem do imaginado, e por isso necessitam de assistência interprofissional para lidar com a realidade. Metodologia: Estudo de caso qualitativo e descritivo, baseado nos atendimentos das residentes de Psicologia, Enfermagem e Fisioterapia de Programa de Residência Multiprofissional de hospital de ensino no interior do RS e nos dados do prontuário. Resultados: A paciente T. E. A., 7 meses,ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica por 25 dias. Possuía diagnóstico de Artrogripose Múltipla Congênita, caracterizada por múltiplas contraturas articulares não progressivas que acometem duas ou mais articulações e pode ser detectada ao nascimento. Pode também apresentar sinais e sintomas como pele fina, atrofia muscular, membros ligeiramente encurtados, assimetria facial, ponte nasal rebaixada, micrognatia, escoliose, anomalias nos sistemas nervoso e urinário, hipoplasia pulmonar e intestino curto e/ou imaturo. Outro diagnóstico é a Síndrome de Pierre Robin, que envolve severa dificuldade respiratória em decorrência da presença de micrognatia e glossoptose, necessitando de procedimento de traqueostomia em internação anterior. Também possui distúrbio da deglutição grave com sialorréia, o que impossibilita alimentação por via oral, necessitando de dieta por sonda gástrica e posteriormente por gastrostomia. Discussão: A mãe da paciente recebeu acompanhamento psicológico durante a internação, buscando aumentar a vinculação mãe-bebê, visto que, devido a gravidade do quadro clínico, a mãe evita, inconscientemente, de se vincular à essa filha, como forma de se proteger do sofrimento frente a possibilidade de perda. Abordaram-se as diferenças do bebê imaginado com o bebê real e a complexidade dos cuidados necessários, proporcionando escuta e acolhimento. Já o atendimento fisioterapêutico foi baseado na promoção da melhora da ventilação pulmonar, manobras de higiene brônquica, estímulo à tosse com equipamento de insuflação e exsuflação para mobilizar secreções e técnicas de incentivo à expansão pulmonar a fim de prevenir os efeitos deletérios do imobilismo no leito com manobras de mobilização articular, alongamentos de flexores de punho e cotovelo bemcomo de extensores de coxa. Ademais, durante a assistência de enfermagem foi possível identificar quais as características definidoras (CD) e os fatores relacionados ou de risco mais prevalentes. E com isso, verificaram-se os diagnósticos de enfermagem (DE) mais frequentes utilizando-se a taxonomia da NANDA-I: Desobstrução ineficaz das vias aéreas relacionado a alteração no padrão do respiratório e evidenciado por secreções retidas, Risco de aspiração relacionado à tosse ineficaz evidenciado por alimentação enteral, ventilação espontânea prejudicada relacionado à uso aumentado da musculatura acessória evidenciado fadiga da musculatura respiratória. Considerações finais: A assistência interprofissional aos pacientes sindrômicos e suas famílias é fundamental na prevenção de futuras complicações, repercutindo positivamente na qualidade de vida desses pacientes, garantindo um cuidado integral e humanizado.

Paavras-chave: Assistência interprofissional. Bebê sindrômico. Unidade deTerapia Intensiva.


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