PERFIL DE SENSIBILIDADE BACTERIANA E ANTIMICROBIANOS MAIS DISPENSADOS EM UTI ADULTO

Isabela Cavalheiro Lavich, Rochele Mosmann Menezes, Eliane Carlosso Krummenauer, Marcelo Carneiro

Resumo


Introdução: As bactérias gram-negativas são as principais causas de infecções adquiridas em UTI Adulta. As bactérias gram-positivas apresentam especial evolução na última década, apesar ser variável a prevalência, estando diretamente associado a septicemias em UTIs. Conhecer o perfil de sensibilidade destas bactérias auxilia na escolha do tratamento e reduz a resistência a antimicrobianos na unidade. A amicacina e a gentamicina são aminoglicosídeos, classe de antimicrobianos frequentemente utilizados para tratamento de infecções relacionadas a gram-negativos, porém cefepime (cefalosporina) e a ampicilina (beta-lactâmico), também podem apresentar resposta adequada. Já para gram-positivas, podem ser utilizadas as classes macrolídeos, oxazolidinonas, glicopeptídeos. O objetivo deste estudo foi relacionar o perfil de sensibilidade bacteriana prevalente em Unidade de Terapia Intensiva Adulto com os principais antimicrobianos dispensados em um hospital de ensino no interior do RS. Metodologia: O perfil de sensibilidade das cepas de Enterobacter spp, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase (-) foi coletado através banco de dados registrado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Os quantitativos dos antimicrobianos dispensados foram recrutados através de programa de gerenciamento de estoque. Ambos os dados foram analisados entre janeiro de 2019 e junho de 2019. Resultados: Os tratamentos mais dispensados, em ordem decrescente, foram: cefalotina sódica 1000mg (CFL), cefepime 1000mg (CPM), amoxicilina+clavulanato 1200mg (CVT), piperacilina+tazobactan 4500mg (TZP) e ceftriaxona 1000mg (CFX). As cepas de Escherichia coli foram 100% sensíveis à CPM, 83,3% sensíveis à TZP/CFX, 75% sensíveis à CFL e 50% sensíveis à CVT. As cepas de Enterobacter spp foram 100% resistentes a esses antibióticos. Já as cepas de Klebsiella pneumoniae foram 88,9% resistentes à CFL, à CVT, à CFX, 66,7% resistentes à TZP e 55,6% resistentes à CPM. No entanto, as cepas de Staphylococcus aureus e de Staphylococcus coagulase (-) não foram testadas a esses antibióticos. Discussão: Num estudo anterior, afirmaram que a porcentagem de resistência a 3 desses antibióticos para Escherichia coli foi baixa, 16,6% (CPM), 0% (CVT), 28,5% (TZP), em concordância ao presente estudo, e já para CFL (66,6%) e CFX (57,1%), contrário do estudo. Em relação as cepas de Enterobacter spp e de Klebsiella pneumoniae, o estudo encontrou a porcentagem relativamente baixa aos 5 antibióticos. Para Enterobacter spp, 0% (CFL), 0% (CPM), 0% (CVT), 20,0% (TZP), 40,0% (CFX); para K. pneumoniae, 50,0 % (CFL), 27,2% (CPM), 0% (CVT), 45,4% (TZP), 36,3% (CFX), em discordância ao presente estudo. Considerações finais: Conhecer o perfil de sensibilidade bacteriana é importante para conduzir a escolha terapêutica. Constatou-se que os antimicrobianos mais dispensados não apresentaram resultados satisfatórios nos antibiogramas, proporcionando menores chances de sucesso terapêutico, permitindo mecanismos de resistência e aumento de proliferação destas bactérias na unidade.

Palavras-chave: Unidades de terapia intensiva; Infecções bacterianas; perfil de sensibilidade; antibióticos.


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