ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSO COM AMILOIDOSE INTERNADO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UM RELATO DE CASO
Resumo
Introdução: A amiloidose compreende um conjunto de patologias que possuem em comum o depósito extra-celular de substância constituída principalmente por proteínas do tipo amilóide. Esta substância pode ocasionar disfunção dos tecidos e órgãos como coração, fígado e rins, através da interação das fibrilas com receptores locais e por citotoxicidade. A apresentação clínica varia desde fadiga e perda de peso, até mais grave, como insuficiência renal, cardíaca, gastrintestinal e neuropatia periférica. Objetivo: Relatar o estado nutricional (EN) de um idoso com amiloidose internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Metodologia: Trata-se de um estudo, do tipo relato de caso, realizado em uma UTI de um hospital de ensino do interior do estado do Rio Grande do Sul. Foram coletadas informações do prontuário eletrônico do paciente referente ao diagnóstico inicial e prognóstico. Para avaliação do estado nutricional (EN) foram coletados dados antropométricos (peso e altura estimada para realização do Índice de Massa Corporal – IMC, e circunferência do braço – CB). Resultados e discussão: Paciente do sexo masculino, 64 anos de bidade, foi internado na UTI, comunicando-se por movimentos labiais, gestos e escrita, emagrecido, apresentando déficit motor em membros inferiores, traqueostomizado, e em uso de ventilação mecânica. Após biópsia de miocárdio, recebeu diagnóstico de amiloidose grave. Com histórico prévio de Insuficiência Cardíaca Congestiva por miocardiopatia concêntrica. Quanto ao EN, apresentou perda de peso importante nos últimos meses, cerca de 30 kg (38% - perda grave), sendo peso estimado de 49 Kg e IMC 14,17 kg/m2, evidenciando baixo peso, conforme Lipschitz (1994); CB de 21,5 cm, classificada em desnutrição grave, conforme Blackburn (1979). Em relação à via de alimentação, paciente em uso de sonda nasoentérica e posteriormente gastrostomia. Sobre a terapia nutricional, optou-se inicialmente por fórmula enteral nutricionalmente completa, hipercalórica e hiperproteica, com valor calórico total de 1500 kcal, e 75 g de proteína, em bomba de infusão, a 80 ml/h. Também utilizou-se módulo de proteína de alto valor biológico através da água por sonda (26,4 g de proteína, 108 kcal), totalizando 32,8 kcal/kgPE e 2,0 g/ptn/kgPE. Com a evolução do quadro, paciente desenvolveu lesão por pressão grau IV na região sacral, com bordas irregulares, cavitária, e medindo aproximadamente 12 centímetros de comprimento. Com isso, foi alterada dieta enteral para fórmula nutricionalmente completa hiperproteica, com arginina e prolina para auxílio na cicatrização de lesões, aliada a módulo de triglicerídeos de cadeia média (TCM) e mantendo módulo proteico, totalizando aporte calórico de 1378 kcal, 28 kcal/kgPE e proteico de 1,9 g/kgPE. Considerações finais: Observou-se que a patologia resultou um grande impacto sobre o estado nutricional do paciente, apresentando em um desfecho desfavorável com presença de perda de peso, diarreia e má absorção, que são manifestações clínicas comuns na amiloidose.
Palavras- Chave: Avaliação nutricional; Nutrição enteral; Amiloidose.
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