RELATO DE EXPERIÊNCIA: FARMÁCIA CLÍNICA EM UM HOSPITAL DO NORTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Karini da Rosa, Daniele Dall Agnol, Fernanda V. Gheler, Natalia R. Scandolara, Thais G. Vilas

Resumo


Introdução: A Farmácia Clínica é a área farmacêutica voltada à ciência e prática do uso racional de medicamentos, visando contribuir para redução dos problemas relacionados aos medicamentos, um melhor manejo da doença e menor tempo de internação1. Assim, o presente trabalho tem como objetivo descrever a atuação de farmacêuticos clínicos em um hospital do norte do estado do Rio Grande do Sul. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, de caráter descritivo. O cenário de prática é um hospital de médio porte e alta complexidade, localizado na cidade de Passo Fundo/RS que atende pacientes da saúde suplementar e particular. O farmacêutico clínico realiza diariamente avaliação das prescrições médicas, onde são considerados os seguintes itens:

 Medicamentos Potencialmente Perigosos (MPPs) e demais medicamentos –realiza-se um checklist para verificar se condiz com a patologia (dose e posologia, forma farmacêutica, via de administração);

 Profilaxia de Tromboembolismo Venoso (TEV) – engloba condições frequentes que são a trombose venosa profunda (TVP) e o tromboembolismo pulmonar (TEP) - considera-se a função renal do paciente;

 Profilaxia de Úlcera de Estresse – lesões da mucosa gástrica associadas a estresse fisiológico extremo;

 Profilaxia de Lesão Ocular – prevenção de lesão ocular em pacientes sedados ou que não possui abertura ocular espontânea;

 Antibioticoterapia e diluições;

 Manejo da Dor – se os medicamentos prescritos preveem melhoras dos resultados sobre a dor;

 Interações Medicamentosas – são consideradas aquelas com relevância clínica para identificação dos riscos associados;

 Incompatibilidade em Y – identificação e prevenção de incompatibilidades físicas de medicamentos pela mesma via;

 Medicamentos Dialisáveis – ajustes de dose em medicamentos dialisáveis de pacientes que estão em hemodiálise.

Além disso, outros critérios relacionados ao paciente são monitorados, como peso, idade, patologia (conhecer e fazer o “link” com as medicações prescritas) e exames laboratoriais (alterações). Após avaliação, se encontrada alguma inconformidade, são realizadas intervenções farmacêuticas (IF), que são sugestões aos prescritores ou equipe multidisciplinar, por meio de telefonema ou verbalmente. Posteriormente, faz a evolução no sistema para registro em prontuário e banco de dados. Resultados: O Serviço de Farmácia Clínica desenvolvido na instituição teve impacto positivo e as IF beneficiam diretamente os pacientes e também a equipe multidisciplinar envolvida no cuidado, além de propiciar aumento na qualidade do tratamento farmacológico. Na instituição há uma adesão positiva do corpo clínico frente às IF demonstrando assim, o reconhecimento da importância do trabalho. Discussão: O Serviço de Farmácia Clínica permite melhorar a qualidade das prescrições, garantindo a efetividade na farmacoterapia e uso racional de medicamentos, aumenta a qualidade do cuidado e representa uma economia significativa, reduzindo tempo de internação e custos hospitalares2,3. Considerações Finais: Com o presente relato podemos observar que a atuação dos farmacêuticos clínicos no ambiente hospitalar garante a segurança, efetividade e melhora dos resultados farmacoterapeuticos e da qualidade de vida dos pacientes, além de diminuir os custos nos sistemas de saúde.

Palavras-chave: farmácia clínica, relato clínico, farmacêutico hospitalar.


Referências


BISSON, Marcelo P. Farmácia Clínica & atenção farmacêutica. 3. ed. Barueri, SP:Manole, 2016.

RIVKIN, A.; Yin, H. J. Evaluation of the role of the critical care pharmacist in identifying and avoiding or minimizing significant drug-drug interactions in medical intensive care patients. Journal of Critical Care. v. 26, n.1, 2011.

VIANA, S. S. C.; ARANTES, T.; RIBEIRO, S. C. C.. Intervenções do farmacêutico clínico em uma Unidade de Cuidados Intermediários com foco no paciente idoso. Einstein. v.15, n.3, p.283-8, 2017.


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