EPIDEMIOLOGIA DA MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: ESTUDO ECOLÓGICO

José Augustinho Mendes Santos, Mari Ângela Gaedke, Catiele Piccin, Josiane Saldanha Borba, Itagira Manfio Somavilla

Resumo


Introdução: As Causas Externas (CE) são traumatismos, lesões ou quaisquer outros agravos à saúde, intencionais ou não, de início súbito e como consequência imediata de violência ou outra causa exógena (GONZAGA, et a., 2012). As CE estão entre os principais motivos de óbitos no mundo, sobretudo na população jovem (PREIS, et al., 2018). Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi descrever o perfil epidemiológico da mortalidade por CE no Rio Grande do Sul (RS), no período de 2008 a 2017. Metodologia: Estudo descritivo, ecológico, sobre a mortalidade por CE no RS. Os dados secundários foram obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Após a coleta, os dados foram classificados de acordo com seus grupos de causas, divididos da seguinte forma: acidentes, suicídios, agressões, indeterminados, intervenções legais e operações de guerra, complicações de assistência em saúde, sequelas de CE. Além disso foram coletados dados sociodemográficos. Para o cálculo da Taxa de Mortalidade (TM) foram coletados dados populacionais referentes a população de residentes obtidos a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. A fórmula utilizada para a obtenção das taxas de mortalidade foi: no de óbitos por CE/população residente X 100.000. Os dados foram tabulados em planilha do Excel 2016 e foram submetidos a analise descritiva. Resultados e discussão: Foram notificados 77.457 óbitos por CE no período de 2008 a 2017. Em relação a TM, a taxa média foi de 69,5/100.000hab., sendo a maior taxa no ano de 2017(76,3/100.00hab) e a menor no ano de 2011 (64,7/100.000hab). Do total de óbitos, 79,8% foram de indivíduos do sexo masculino. Já no que diz respeito à faixa etária, evidenciou-se que a maior parte dos óbitos foram de pessoas jovens, com idade entre 20 e 39 anos (39,5%), seguido de pessoas com idade entre 40 e 59 anos (25,7%). No que tange a cor/raça, constatou-se que 84,6% dos óbitos foram decorrentes de pessoas de cor branca. Em relação à escolaridade, 23,2% dos indivíduos possuíam de 4 a 7 anos de estudo, seguido de pessoas com escolaridade entre 8 e 11 anos de estudos com 14,3%, porém tal informação foi ignorada em 42,9% dos registros. Ao analisar o estado civil, observou-se que 53,8% eram solteiros. Quanto ao local de ocorrência, prevaleceram óbitos ocorridos em hospital (33,8%), via pública (33,5%) e domicílio (19,1%). Em relação as principais causas de óbitos, temos respectivamente: acidentes (46,3%), agressões (32,9%) e suicídio (14,8%). Os óbitos por acidentes podem estar relacionado principalmente aos acidentes de transportes terrestres, tais acidentes são frutos do modelo de desenvolvimento centrado nas rodovias, da metropolização das grandes e médias cidades e do aumento crescente do número de veículos. A mortalidade por agressão é considerada um indicador importante da violência social e está relacionada às desigualdades sociais e econômicas, à precariedade na segurança pública e à violação dos direitos humanos. O suicídio está estritamente ligada às questões sociais e a complexidade do ser humano. Conclusão: Verificou-se o aumento do número de óbitos por CE no RS, além de que tais óbitos foram mais frequentes em adultos jovens, maioria do sexo masculino, com baixa escolaridade, solteiros e que a principal causa de morte foram os acidentes. Espera-se que os achados deste estudo possam contribuir na reflexão sobre os óbitos por CE, repensando politicas publicas sociais e de saúde.

Palavras-chave: Mortalidade; Causas Externas; Sistemas de Informação.


Referências


GONSAGA, R. A. T., et al. Avaliação da mortalidade por causas externas. Rev. Col. Bras. Cir., v. 39, no4, p. 263-267, 2012. Disponível em: . Acesso em: 09 Julho 2019.

PREIS, L. C. et al. Epidemiologia da mortalidade por causas externas no período de 2004 a 2013. Rev enferm UFPE on line., v. 12, n. 3, p. 716-28, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/download/230886/2

>. Acesso em: 09 Julho 2019.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.