PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SUICÍDIO NA POPULAÇÃO GAÚCHA DE 2008 A 2017

José Augustinho Mendes Santos, Mari Ângela Gaedke, Josiane Saldanha Borba, Itagira Manfio Somavilla, Catiele Piccin

Resumo


INTRODUÇÃO: O suicídio é caracterizado como uma ação intencional de matar a si mesmo. O suicídio está entre as 20 maiores causas de morte no mundo, com um óbito a cada 40 segundos. O Brasil está entre os 10 países com os maiores números absolutos de suicídio. Pode-se afirmar ainda que essa é uma das três causas de morte mais frequentes em muitos países do mundo (D’EÇA JÚNIOR, et al., 2019). Diante do exposto, este estudo teve como objetivo descrever o perfil da mortalidade por suicídio no estado do Rio Grande do Sul (RS) no período de 2008 a 2017. METODOLOGIA: Estudo descritivo do tipo ecológico, que utilizou dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). O instrumento de coleta constituiu-se de um formulário, previamente elaborado, com variáveis sociodemográficas e epidemiológicas (ano de ocorrência, sexo, faixa etária, raça/cor, estado civil, escolaridade, local de ocorrência e meio utilizado para o suicídio - CID -10: X60 – X84). As taxas de mortalidade foram obtidas a partir das estatísticas de óbito publicadas pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Os dados populacionais foram obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os dados obtidos foram registrados em uma planilha do Microsoft Excel 2016 e após foram submetidos a análise estatística descritiva, sendo os resultados expressos em frequências absolutas (N) e relativas (%). RESULTADOS: Foram registrados 11.444 óbitos por suicídio no período em estudo, com uma taxa de mortalidade (TM) média de 10,2/100.000 hab. A maior TM foi no ano de 2017 (11,9/100.000hab) e a menor em 2010 (9,4/100.000hab). Ao analisar os óbitos por suicídio por sexo, observou-se maior prevalência entre os homens, representando 79,9% do total de óbitos. Em relação a faixa etária, 38,1% tinham idade entre 40 e 59 anos, 30,9% entre 20 e 39 anos, 25,8% tinham mais de 60 anos. Observou-se que 90,3% eram brancos, em relação a escolaridade, 21,2% tinham entre 4 e 7 anos de estudos, 14,3% entre 8 e 11 anos e 13,5% entre 1 a 3 anos, e vale destacar que tal informação foi ignorada em 43,4% dos casos. Já em relação ao estado civil, 43,2% eram solteiros e observou-se que o domicilio foi o principal local para ocorrência do óbito, com prevalência de 68,1%. Em relação aos três principais meios para utilizados, observou-se: enforcamento (70,8%), ferimento por arma de fogo (15,6%) e autointoxicação medicamentosa (3,6%). Ao analisar os três principais meios utilizados por pessoas do sexo masculino, temos: enforcamento (73,2%), ferimento por arma de fogo (17,1%) e autointoxicação por produtos químicos (2,2%). Enquanto entre as mulheres os meios mais utilizados foram: enforcamento (61,3%), autointoxicação medicamentosa (10,5%) e ferimento por arma de fogo (9,6%). CONCLUSÃO: Os óbitos por suicídio no RS encontra-se em tendência de crescimento e que a principal meio para o suicídio foi o enforcamento. Observou-se que o perfil são de pessoas do sexo masculino, com idade entre 40 e 59 anos, brancas, com baixa escolaridade, solteiros e que morreram no domicilio. Essas informações sugerem que os esforços para a prevenção de suicídio devem ser expandidos e para que se aperfeiçoem as estratégias de prevenção, mais informações em relação aos fatores de risco específicas devem ser pesquisadas.

Palavras-chave: Mortalidade; Suicídio; Epidemiologia.


Referências


D’EÇA JÚNIOR, A. et al. Mortalidade por suicídio na população brasileira, 1996-2015: qual é a tendência predominante? Cad. Saúde Colet., v. 27, n. 1, p. 20-24, 2019. Disponível em:


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