O pré-natal psicológico em gestação decorrente de estupro: protocolo de intervenção
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v6i1.16328Palavras-chave:
Estupro, Gravidez, Cuidado pré-natal, Angústia psicológica, IntervençãoResumo
Introdução: Quando uma mulher se descobre gestante em decorrência um crime de estupro é imprescindível que ela receba o cuidado em saúde adequado. O Pré-natal Psicológico um desses tipos de cuidado. Objetivo: Trata-se de uma proposta de intervenção relacionada à saúde mental no ciclo gravídico-puerperal, denominada pré-natal psicológico, que visa apresentar um modelo de trabalho para que as equipes de saúde, especialmente psicólogos perinatais, possam atuar nas dificuldades inerentes à gestação decorrente de estupro e minimizar os agravos psicológicos deste tipo de gestação. Método: Foi desenvolvida no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), como produto da dissertação “Contribuições do Pré-natal Psicológico para proteção psíquica da díade mãe-bebê em caso de gestação decorrente de estupro: Um estudo de caso à luz da teoria da subjetividade”. A pesquisa foi ancorada nos preceitos teórico-metodológicos qualitativos da Teoria da Subjetividade, e tratou-se de um estudo de caso de uma mulher de 29 anos, solteira, na 23ª semana de uma gestação decorrente de estupro, sobre a qual a gestante teve o seu pleito por aborto legal mal gerido, e foi obrigada a levar a gestação a termo. Ela iniciou um trabalho de Pré-Natal Psicológico (PNP) para que pudesse lidar com os agravos psíquicos do trauma, e com a escolha a ser feita após o nascimento do bebê, adoção ou tomá-lo como filho. Resultado: Foi possível sistematizar uma adaptação do modelo Pré-Natal Psicológico, baseado no acompanhamento psicológico realizado com a participante da pesquisa, que poderá ser utilizado por profissionais de saúde, especialmente psicólogos perinatais, que trabalhem com vítimas de violência sexual.
Downloads
Referências
Almeida, N. M. C., & Arrais, A. R. (2016). O Pré-Natal Psicológico como Programa de Prevenção à Depressão Pós-Parto. Psicologia: Ciência e Profissão, 36(4), 847-863. doi: 10.1590/1982-3703001382014
Arrais, A. R., & Araujo, T. C. C. F. (2016). Pré-Natal Psicológico: perspectivas para atuação do psicólogo em Saúde Materna no Brasil. Revista da SBPH, 19(1), 103-116. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script= sci_arttext&pid=S151608582016000100007&lng=pt&tlng=pt
Arrais, A. R., Cabral, D. S. R. & Martins, M. H. G. (2012). Grupo de pré-natal psicológico: avaliação de programa de intervenção junto a gestantes. Encontro: Revista de Psicologia, 15(22), 53-76. Recuperado de https://seer.pgsskroton.com/renc/article/vie w/2480
Arrais, A. R., Mourão, M. A., & Fragalle, B. (2014). O pré-natal psicológico como programa de prevenção à depressão pósparto. Saúde e Sociedade, 23(1), 251-264. doi: https://doi.org/10.1590/S010412902014000100020
Arrais, A. R., Amorim, B., & Rocha, L. (2020). Pré-natal psicológico na prática: da origem ao modelo Arrais. In N. A. Romagnolo, M. Benincasa, & M. G. V. Heleno (orgs.), Maternidade, parentalidade e conjugalidade: estudos teóricos e empíricos em psicologia (pp. 53-78). Curitiba: CRV.
Arrais, A., & Zerbini, E. C. (2020). Estudo de caso de gestação decorrente de estupro: contribuições do pré e do pós-natal psicológico para proteção psíquica da díade mãe-bebê. In P. Staliano & M. Mondardo (Orgs.), Violência contra a mulher: diálogos interdisciplinares. Curitiba: Brazil Publishing.
Brasil. Ministério da Saúde. (2011). Atenção humanizada ao abortamento: norma técnica (2. ed.). Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ atencao_humanizada_abortamento_norma_ tecnica_2ed.pdf
Golse, B. (2002). Depressão do bebê, depressão da mãe: conceito de psiquiatria perinatal. In L. Corrêa Filho, M. E. G. Corrêa, & P. S. França (Orgs.), Novos olhares sobre a gestação e a criança até os 3 anos (pp. 232-248). Brasília, DF: LGE.
González-Rey, F. L. (2005). Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de construção da informação (2. ed.). São Paulo: Cengage Learning.
Lordello, S. R. (2013). Menina, mulher, filha e mãe? A gravidez decorrente de violência sexual (Tese de doutorado). Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil.
Lordello, S. R., & Costa, L. F. (2014). Gestação decorrente de violência sexual: um estudo de caso à luz do modelo bioecológico. Contextos Clínicos, 7(1), 94104. doi: 10.4013/ctc.2014.71.09
Maldonado, M. T. P. (2017). Psicologia da gravidez. Petrópolis: Vozes.
Onyango, M. A., Burkhardt, G., Scott, J., Rouhani, S., Haider, S., Greiner, A… Bartels, S. (2016). A Qualitative Analysis of Disclosure Patterns among Women with Sexual Violence-Related Pregnancies in Eastern Democratic Republic of Congo. PLOS ONE 11(10), e0164631. doi: 10.1371/journal.pone.0164631
Schmidt, E. B., Piccoloto, N. M., & Muller, M. C. (2005). Depressão pós-parto: fatores de risco e repercussões no desenvolvimento infantil. Psico-USF, 10(1), 61-68. doi: 10.1590/S1413-82712005000100008
Silva, E., & Vagostello, L. (2017). Intervenção psicológica em vítimas de estupro na cidade de São Paulo. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 69(3), 183-198. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script= sci_arttext&pid=S180952672017000300013&lng=pt&tlng=pt
Souza F. B. C., Drezett J., Meirelles A. C., Ramos D. G. (2012). Aspectos psicológicos de mulheres que sofrem violência sexual. Reprodução & Climatério, 27(3), 98-103. Recuperado de https://www.elsevier.es/esrevista-reproducao-climaterio-385-articuloaspectos-psicologicos-mulheres-quesofrem-S141320871300006X
Tostes, N. A. (2012). Percepção de gestantes acerca da assistência pré-natal, seus sentimentos e expectativas quanto ao preparo para o parto (Dissertação de mestrado). Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil.
Zerbini, E. M. C. (2020). Contribuições do pré-natal psicológico para proteção psíquica da díade mãe-bebê em caso de gestação decorrente de estupro: um estudo de caso à luz da teoria da subjetividade (Dissertação de mestrado). Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS, Brasília, DF, Brasil.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas desde que citada a fonte conforme a licença CC-BY da Creative Commons.
