Dos templos às redes sociais: estudo do facebook numa interface com o fundamentalismo religioso
DOI:
https://doi.org/10.17058/rips.v1i4.13051Palavras-chave:
Redes Sociais, Fundamentalismo Religioso, Facebook.Resumo
Introdução: atualmente os usuários das redes sociais não são sujeitos meramente passivos, como o fora até o século XX, mas produzem, difundem, questionam, transformam e compartilham informações em escala global. Trata-se de uma ruptura entre o real e o virtual, o “aqui” e o “lá”, desdobrando-se num continuum, de difícil e tênue o delineamento de fronteiras. Objetivo: compreender o real e o virtual, o “aqui” e o “lá” das redes sociais, numa interface com o fundamentalismo religioso. Método: através do método bibliográfico narrativo, durante seis meses, com o critério de inclusão e exclusão, selecionou-se para a discussão somente os autores que discutem os recursos e ameaças que as redes sociais e o fundamentalismo religioso podem oferecer aos seus usuários e adeptos. Em seguida, escolheu-se o Facebook, para analisar os riscos de sua ingênua utilização. Resultados: na utilização do Facebook e o subjacente contato com as várias religiões é possível que o usuário vá se tornando um “transreligioso”, que numa interação respeitosa poderá ser fonte de enriquecimento e convivência com o diferente, no entanto, essa mesma rede social, pode ser utilizada pelos fundamentalistas religiosos para amplificar suas crenças, angariar prosélitos, formar militantes, com ações de negação e supressão da crença alheia. Discussão: percebe-se que os fundamentalistas religiosos têm percorrido um itinerário que vai dos “templos às redes sociais”. Essa emigração pode gerar diversos comportamentos, tanto inefáveis como hostis e agressivos, principalmente quando os fundamentalistas interagem no ciberespaço com uma postura de afirmação radical de um princípio religioso para além de toda dúvida. Conclusão: tanto as redes sociais como o fundamentalismo religioso, “vieram para ficar” e ignorá-los ou negá-los, não seria o melhor caminho. Por isso, recomenda-se futuras pesquisas que aprofunde ambos os fenômenos, vislumbrando a utilização saudável das redes sociais e a vivencia madura da religião.
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