Antropologia e saúde pública no contexto de emergência sanitária global: uma perspectiva crítica latino-americana
DOI:
https://doi.org/10.17058/rips.v3i4.16085Palavras-chave:
Epidemiologia, Antropologia, Desigualdades.Resumo
Introdução: os aspectos socioculturais dos processos de saúde-doença têm sido, de maneira geral, considerados marginais ou irrelevantes para formulação das intervenções na área da saúde A crise sanitária causada pela Covid-19 impôs à comunidade de pesquisadores a busca de uma compreensão transversal de saúde. Objetivo: este artigo pretende problematizar a hegemonia biomédica no campo da saúde e como, no atual cenário, ela se desdobra em desigualdades em saúde. Método: para tanto, empreende uma revisão bibliográfica com ênfase no contexto latino-americano e explora fontes e argumentos em torno da necessidade de promover diálogo entre a Antropologia e a Epidemiologia. Resultados: a partir da bibliografia consultada, argumenta-se que a interconexão entre a Antropologia da saúde e a Epidemiologia Crítica Latino Americana se apresenta como caminho medular para a superação dos Colonialismos biomédicos, superação das desigualdades Sociais em Saúde e construção de uma soberania sanitária com forte conexão com a vida comunitária. Conclusão: a antropologia desenvolveu, ao longo das últimas décadas, significativo artefato teórico-metodológico para o estudo das formas de viver, enfermar-se e morrer. Tal repertório possibilita examinar as relações entre os modelos de compreensão no campo da saúde, a organização dos serviços, os programas de prevenção e as intervenções terapêuticas, além dos modelos culturais dos usuários. Por isso, não deve ser desprezada nas formulações das intervenções na área da saúde.
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