ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E GASTOS EM SAÚDE POR DOENÇA DE PARKINSON
uma comparação entre as regiões brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.17058/rips.v6i1.17865Palavras-chave:
Epidemiologia, Doença de Parkinson, Idosos, Diagnóstico, Promoção da SaúdeResumo
Introdução: os distúrbios neurológicos são, hoje, a principal causa de deficiência no mundo. Entre esses distúrbios, o que mais aumenta é a doença de Parkinson (DP), cujo crescimento está ultrapassando outras doenças neurológicas, e o declínio progressivo da função motora é o curso natural esperado da DP. Objetivo: traçar os aspectos epidemiológicos e descrever os gastos em saúde por DP no Brasil e comparar entre as regiões do país. Método: trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e descritivo com abordagem quantitativa que utilizou dados de fonte secundária no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), do Ministério da Saúde. Foram obtidos dados de DP no Brasil, ocorridas entre 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2020. Foram utilizadas as principais variáveis epidemiológicas e de gastos em saúde. Resultados: no período estudado, foram identificadas 676 internações hospitalares por DP no Brasil, no âmbito do Sistema Único de Saúde, e a região em que houve mais número de internações foi a Sudeste (45%), e deste total, 59% (n=397) são indivíduos do sexo masculino e da cor/raça branco (52%). A média de dias de permanência de internações foi de 17 dias. Em relação aos custos de saúde, os valores pagos por atendimentos foram de R$ 2.967.849,63; por serviço hospitalar o total foi de R$ 2.279.349,18; e o valor médio por internação foi de R$ 4.110,56. Todas as variáveis econômicas foram maiores na região Sudeste. Em relação aos óbitos, o maior número foi nesta região (n=26), seguida por Sul (n=16), Nordeste (n=13), Centro-Oeste (n=2) e Norte (n=1). No entanto, a taxa de mortalidade foi maior na região Nordeste (15,66%) e menor no Norte (4,76%). Conclusão: existe uma prevalência da DP na população mais longeva bem como no sexo masculino. Evidenciou-se que as regiões do Brasil apresentam heterogeneidade quanto à distribuição de internações hospitalares, gastos em saúde e óbitos, destacando-se maiores percentuais na região Sudeste.
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