RELIGIOSIDADE E SAÚDE MENTAL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.17058/rips.v6i3.17989Palavras-chave:
Covid-19, Saúde Mental, Religião e MedicinaResumo
Introdução: a pandemia de Covid-19 impactou as vidas de diversas pessoas e seus efeitos clínicos e sociais ainda são percebidos. Para além da doença, fatores econômicos, políticos e culturais foram transformados, especialmente em decorrência das práticas de controle espacial desempenhadas durante os momentos mais críticos da emergência sanitária. Neste contexto, a religiosidade emergiu como dinâmica capaz de influenciar índices de saúde mental. De acordo com estudos, em diversos países ocorreram manifestações religiosas associadas aos cuidados de saúde, com o objetivo de promover amparo aos seus adeptos. Objetivo: relacionar dados socioeconômicos a escores de religiosidade e qualidade de vida, medo da Covid-19 e sintomas depressivos durante a pandemia de Covid-19, no Brasil. Método: estudo transversal, realizado através de questionário online, visando formar uma amostragem “bola de neve”, em território brasileiro. Foram aplicados questionários de perfil socioeconômico, escala de medo da Covid-19, religiosidade e qualidade de vida. A análise de dados foi quantitativa e qualitativa, analisados os dados absolutos e percentuais na modalidade de análise temática, a partir do cruzamento dos resultados de cada questionário e aporte teórico. Resultados: foram obtidas 226 respostas válidas, de 11 estados brasileiros, majoritariamente de mulheres autodeclaradas brancas, abaixo dos 50 anos de idade, com renda familiar acima de R$ 5.000,00 mensais, com alta prevalência de religiosidade. Ocorreram baixas pontuações na escala de medo e alta prevalência de sintomas depressivos. Conclusão: o presente trabalho demonstrou adesão elevada à religiosidade e forte correlação entre religiosidade e qualidade de vida, porém baixa relação entre exercício de crenças e saúde mental diante das ondas de Covid-19. Ainda, foram detectadas altas pontuações referentes à sintomatologia depressiva-ansiosa, o que indica que, entre os sujeitos pesquisados, a religiosidade não interferiu significativamente no âmbito da saúde mental.
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