INFLUÊNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO GESTACIONAL DE FERRO NOS DANOS NO DNA DE CRIANÇAS DE VENÂNCIO AIRES, RS

MAIARA DE QUEIROZ FISCHER, CAROLINE DOS SANTOS, DANIEL PRÁ, LUANA BEATRIZ LIMBERGER, LIZIANE HERMES, SILVIA ISABEL RECH FRANKE

Resumo


A anemia por deficiência de ferro é a carência nutricional mais comum no mundo, afetando principalmente países em desenvolvimento, mas também países desenvolvidos. Crianças e mulheres em idade fértil, incluídas as gestantes, apresentam um risco maior de desenvolver a doença. Foi adotado pelo Ministério da Saúde em 2005 o Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF) como estratégia para o controle da anemia no Brasil. Esse programa visa à suplementação diária para gestantes a partir da 20ª semana (60 mg de ferro e 5 mg de ácido fólico). A deficiência de ferro prejudica as rotas biológicas, levando ao estresse oxidativo e possivelmente à carcinogênese. Essa deficiência também está relacionada com a capacidade reduzida de reparação de dano do DNA e aumento da propensão de dano oxidativo ao DNA mitocondrial. O objetivo desse estudo foi avaliar a influência da suplementação gestacional de ferro sobre os danos no DNA de crianças com idade entre 14 e 38 meses matriculadas nas escolas infantis do município de Venâncio Aires. A amostra foi composta por crianças cujos pais aceitaram participar do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Informações sobre suplementação foram obtidas por meio de um questionário aplicado às mães e/ou extraídos do cartão da gestante. O nível de dano no DNA foi avaliado por meio do teste de citoma de micronúcleos em células bucais esfoliadas (MNxl). Para a análise estatística foi utilizado o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 18.0 (Chicago, IL) e o gráfico elaborado no GraphPad Prism versão4.0 (San Diego, CA). O teste t de Student pareado foi empregado. O nível de significânciautilizado foi de p <0,05. O estudo foi realizado com 61 crianças, sendo 52,4% das crianças do sexo masculino. Nossos resultados demonstraram que 34,4% das mães receberam suplementação com ferro durante a gestação. Foi observado que as crianças cujas as mães foram suplementadas com ferro durante a gestação apresentaram tendência à diminuição (38%)240 na frequência de brotos nucleares (p= 0,064), bem como à redução (38%) na frequência de micronúcleos (p=0,059) comparadas aos filhos de mães não suplementadas. Portanto, concluímos que, pelo nível de significância observado nesse estudo entre filhos de mães suplementadas e não suplementadas quanto aos danos no DNA, há uma tendência à redução desses danos quando ocorre a suplementação de ferro durante a gestação. Estudos futuros estão sendo realizados para entender os benefícios da suplementação durante a gestação na saúde genômica das crianças, particularmente entre as populações mais vulneráveis às deficiências nutricionais.


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