Este estudo teve por objetivo investigar os fatores de risco no consumo de crack na adolescência. O material analisado foi constituído por 9 entrevistas realizadas com adolescentes, até 21 anos incompletos, usuários de crack que freqüentavam serviços de saúde de Santa Cruz do Sul. Os dados foram tabulados no software estatístico SPSS 17.0 e as respostas foram analisadas de forma quantitativa. Os resultados apontaram que os usuários entrevistados nesta pesquisa são homens, solteiros, com baixa escolaridade. A maioria mora com a mãe e os irmãos. Os primeiros contatos com as drogas ocorreram no início da adolescência, geralmente com cigarro e álcool, e motivadas pela curiosidade. Dentre os familiares dos usuários, os irmãos fazem uso do maior número de drogas diferentes, seguidos pela mãe e pelo pai. Foram destacados no ambiente familiar dos entrevistados: as brigas, os vícios e a tristeza. O uso do crack foi associado a mudanças negativas na vida destes sujeitos. Assim, pensando a partir  destes fatores de risco, faz-se necessário compreender o indivíduo a partir de um modelo biopsicossocial de saúde e considerá-lo em sua totalidade, criando, efetivamente, uma possibilidade de contrapartida, ou seja, trabalhar com os fatores de proteção.

Crack. Drogas. Adolescência. Fatores de risco