HEROÍSMO OU RISCO: VICISSITUDES DO CUIDADO AO OUTRO NA PRÁTICA PROFISSIONAL DE BOMBEIROS MILITARES GAÚCHOS

Cristiano Dal Forno, Mônica Medeiros Kother Macedo

Resumo


O trabalho profissional ocupa lugar central na vida psíquica do sujeito (DEJOURS, 2012a). Algumas profissões dedicam-se ao ofício de cuidar. Os bombeiros compõem uma classe de profissionais cuidadores que, quando solicitada, tem na efetividade e no sucesso de sua ação a manutenção de vidas humanas que, de outro modo, possivelmente seriam perdidas. Em vista disso, o presente estudo objetivou compreender, a partir do relato de profissionais bombeiros, a vivência singular do exercício laboral de assistência e cuidado. Foram entrevistados três bombeiros militares, com experiência profissional de, pelo menos, cinco anos em função operacional. Os dados obtidos foram trabalhados por meio da Análise de Conteúdo de Bardin (1977), na proposta de Moraes (1999). Para interpretação dos achados, valeu-se do referencial psicanalítico. Resultaram três categorias finais, que foram denominadas: A permanente e incondicional disponibilidade ao outro como marca identitária; Os tensionamentos entre o protocolo e o cotidiano; e Retaguarda institucional ao sujeito que salva: nuances do reconhecimento externo e do amparo ao cuidador. Impostouse, deste estudo, que quem salva e quem cuida é o humano, visto que é o sujeito que realiza o trabalho, por meio de sua singularidade a superar inventivamente o real naquilo que não está prescrito.

Palavras-chave


Trabalho, Psicanálise, Bombeiros, Cuidado.

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