HETEROSSEXISMO E TRANSFOBIA PRESENTES NA ESCOLA
Resumo
Presencia-se um momento histórico, em que discussões agitam o panorama nacional a respeito da inclusão das referências às questões de gênero nas escolas, quando ativistas dos direitos das mulheres e ativistas da causa LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) argumentam que este seja o espaço para se produzir reflexões sobre os temas gênero e sexualidade, em uma tentativa de aprimoramento da qualidade da educação, superação das desigualdades, dos preconceitos e combate à exclusão e evasão escolar. Por outro lado, políticos conservadores e religiosos argumentam que a inclusão de estudos de gênero na escola possa ser uma grave ameaça ao que chamam de família tradicional, e pedem a exclusão deste tema, e até da palavra gênero, nos currículos escolares. Ao longo da história, particularmente nos últimos duzentos anos, predominaram formas pejorativas de atribuição social às práticas não heterossexuais, segundo Marco Aurélio Prado (2008). A construção histórica e cultural destas atribuições, sedimentadas em instituições e no imaginário social, engendrou a noção de doença e perversão, como a naturalização e ocultamento da homofobia. Por este motivo, segundo o autor, não nos questionamos a cerca das razões pelas quais nossas instituições e nossa cultura restringem os direitos às pessoas não heterossexuais, ou até mesmo incentivam formas de violências contra estas. Isto ocorre principalmente porque os códigos que regulam as relações entre as identidades sexuadas não permitem que as hierarquias sexuais e seu sintoma, a lesbo-trans-bi-homofobia, adquiram visibilidade pública na condição de injustiça social, uma vez que foram naturalizadas e assimiladas pela simplificação.
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