PSICANÁLISE E SAÚDE PÚBLICA: CONSTRUINDO POSSIBILIDADES

Fernanda Cesa Ferreira da Silva, Róger de Souza Michels, Mônica Medeiros Kother Macedo

Resumo


A Psicanálise, enquanto teoria e técnica, inaugura-se a partir do exercício clínico de Freud na escuta do padecimento histérico. Paulatinamente, a Psicanálise amplia seus saberes, sempre amparada nos impasses oriundos da clínica. Contemporaneamente, ao mesmo tempo em que se desenvolve no espaço da clínica privada, surgem novos espaços passíveis de uma inserção psicanalítica. Assim, no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), em contínua expansão, configura-se como uma importante possibilidade de trabalho ao psicanalista. O presente estudo objetivou investigar as modalidades de inserção e intervenção da Psicanálise no contexto da Saúde Pública, no campo da saúde mental. Foram entrevistados 10 psicanalistas com atuação mínima de dois anos na saúde pública. As entrevistas, após transcritas, foram exploradas por meio da Análise de Conteúdo de Bardin (1979). Constatouse que a Psicanálise tem muito a oferecer na esfera da saúde pública, uma vez que os espaços coletivos mostram-se um terreno clínico cujas demandas aludem à necessária escuta do sujeito de Inconsciente. Da mesma forma, identificaram-se desafios relativos ao encontro com outros saberes da Saúde Pública. Desse encontro, emergem entraves, mas, também, a possibilidade de criar, por meio do diálogo e do exercício da interdisciplinaridade, novas formas de intervenção sem perder o rigor e a especificidade da Psicanálise.

Palavras-chave


Psicanálise; Saúde Pública; Psicanálise em Extensão

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