TRANSITAR, ACIDENTAR, VIVER: NARRATIVAS DE REABILITAÇÃO APÓS UM ACIDENTE TRAUMÁTICO

Camila Daniele Knak, Franciele da Silva Moitoso, Lisiane de Oliveira, Moisés Romanini

Resumo


O aumento de aquisições e a necessidade de acesso à Carteira Nacional de Habilitação trouxeram algumas questões que estão prejudicando gradativamente o trânsito e a circulação automotiva em várias cidades do Brasil. Conforme Silva e Gunter (2009), em razão disso, as autoridades buscaram desenvolver nos anos de 1940 e 1950 medidas preventivas, dentre elas, a seleção médica e psicotécnica, com a finalidade de diminuir os acidentes de trânsito e os inadimplentes. Para adquirir o documento de habilitação, o candidato teria que passar por provas de capacidade para dirigir com segurança, como uma bateria de exames. Precisamos localizar o trânsito enquanto fenômeno humano para entendermos os problemas que este nos trouxe em relação a nossa saúde, bem como os impactos para o nosso bem-estar. Nessa perspectiva, visamos discorrer sobre os acidentes de trânsito que vêm aparecendo com muita frequência e, principalmente, sobre o processo de cuidado e adaptação ao acidentado grave, que passa pela perda de partes do corpo.  O que acontece após o acidente vai muito além da perda de um membro, o sujeito e sua família passarão por procedimentos no qual ele não vivenciou antes e a partir disso, terá que fazer algumas escolhas para sua reabilitação, dentre elas, a amputação e os processos que antecedem a colocação da prótese, como também, o aprender a caminhar novamente. Portanto, o objetivo geral da pesquisa foi compreender como os acidentados de trânsito em atendimento num serviço de reabilitação física reconfiguraram e construíram sua vida após amputação e a aceitação da prótese. Os processos de reabilitação visam a necessidade de equipes multiprofissionais juntamente com a psicologia, para elaboração dessa nova parte do corpo e do procedimento de protetização. A pesquisa foi realizada em Santa Cruz do Sul, em um serviço de reabilitação física, com pacientes do serviço, com uma amostragem de 3 amputados, voluntários, homens, com idade entre 24 e 50 anos, sendo esses apenas por acidente de trânsito e indicados pelos profissionais do serviço. O estudo do objeto da pesquisa foi realizado mediante uma pesquisa qualitativa na qual adotou-se as Entrevistas Narrativas para análise dos dados colhidos. A análise dos dados foi feita tomando como base a proposta de Entrevista Narrativa de Schütze. Os resultados alcançados demonstraram que os participantes obtiveram uma trajetória considerada coletiva, dentre elas: o acidente, a amputação, tratamento e reabilitação. Porém, como ressignificação os três participantes encararam de forma diferenciada, tomando como referências a família, o trabalho e o esporte.

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.