MULHERES UNIVERSITÁRIAS E SUAS REPRESENTAÇÕES SOBRE O ENVELHECIMENTO

Silvia Virginia Coutinho Areosa, Sandra Oliveira

Resumo


O presente estudo partiu de uma pesquisa qualitativa exploratória descritiva realizada com o objetivo de conhecer a percepção de um grupo de mulheres universitárias maduras sobre o seu processo de envelhecimento; identificando o seu posicionamento frente esta fase da vida  e,  verificando  se  esta etapa  está  associada  à  perdas. Aqui o interesse foi verificar a fase anterior a entrada na “velhice”, tão temida pelas mulheres, em nossa sociedade ocidental. A investigação cumpriu todos os requisitos éticos, tendo sido aprovada pelo Comitê de ética em pesquisa da UNISC e foi realizada com mulheres maiores de 50 anos, acadêmicas de uma Universidade Comunitária do interior do Rio Grande do Sul. Do total de 59 mulheres cadastradas na secretaria da IES, em diversos cursos de graduação, retirou-se uma amostra de forma aleatória (através de sorteio) e, foram convidadas a participar da pesquisa 10 mulheres, com participação espontânea, sendo as entrevistas realizadas na própria universidade. As entrevistas foram agendadas antecipadamente e foram gravadas e transcritas, sua analise foi realizada através da técnica de Laurence Bardin de analise de conteúdo e interpretada a luz da Teoria das Representações Socias de Serge Moscovici. Através da compreensão de que todo ser humano constrói representações sociais porque precisa saber o que o faz relacionar-se com o mundo à sua volta, já que possui necessidade de ajustar-se e localizar-se no mundo, identificando problemas e propondo soluções para os mesmos. Segundo as entrevistadas, existem perdas sim com o envelhecimento: perda do vigor juvenil, da agilidade, da destreza; do viço da pele, da beleza física; do cálcio dos ossos, e de produtividade. Porém na visão destas mulheres, as perdas são secundárias  frente  aos  ganhos, considerados por elas muito maiores. Os ganhos como o da maturidade adquirida, de tranquilidade, da sabedoria acumulada, dos filhos casados, tempo para os passeios, tempo para os amigos, o conhecimento adquirido, mais serenidade diante de situações desafiadoras,  flexibilidade,  discernimento,  mais  tempo  para  cuidar  de  si e,  mais tempo para o crescimento espiritual. Assim percebeu-se com este estudo que as representações sociais negativas em relação ao envelhecimento estão associadas a características femininas (de gênero) construídas socialmente como a perda da beleza. E as representações sociais positivas em relação a este processo estão divididas em dois grupos: um associado aos ganhos de tempo para realizar desejos pessoais, como poder voltar a estudar e, outro eixo ligado à maturidade e sabedoria que o acumulo de conhecimento que o fato de ter mais anos de vida lhes proporciona.

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