A CLÍNICA PSICANALÍTICA EM INTERLOCUÇÃO COM O CONTEXTO ESCOLAR

Carina Ferreira dos Santos, Edna Linhares Garcia

Resumo


A temática da clínica psicanalítica em interlocução com o contexto escolar permanece convocando os psicoterapeutas para socializar suas experiências e conhecimentos produzidos neste âmbito, tendo em vista o contexto e a necessidade de realizarmos uma clínica cada vez mais ampliada. Ao falar sobre educação na cultura contemporânea, é pertinente levar em conta a conquista da mulher no mercado de trabalho, como também, as transformações ocorridas nos contextos familiares. O presente artigo busca refletir sobre esta interlocução, a partir do lugar de estagiária de psicologia, iniciante no exercício de psicoterapeuta num Serviço-Escola de uma Universidade Comunitária do Rio Grande do Sul. No presente estudo, lançamos mão de considerações da psicanalista Arminda Aberastury sobre o atendimento com crianças e o necessário uso de instrumentos lúdicos. Com intuito de apresentar uma reflexão sobre a experiência na clínica psicanalítica e o diálogo com as escolas, é relevante pensar sobre os instrumentos que esta abordagem dispõe, com objetivo de compreender sua importância nos atendimentos com crianças na contemporaneidade. Do mesmo modo, alcançamos psicanalistas contemporâneos com intuito de refletir sobre o lugar que as figuras maternas e paternas ocupam na estruturação psíquica das crianças, e de como se evidencia efeitos do meio psíquico-familiar no contexto escolar. Desta maneira, torna-se relevante questionar se a figura materna e paterna mantém consciente sua função. A escuta psicanalítica enquanto ferramenta empregada neste estudo possibilitou a análise de dois casos clínicos, cujos fragmentos serão aqui apresentados para ilustrar reflexões sustentadas num recorte de autores que alicerçam suas teorias no método psicanalítico. Constatamos que o contexto escolar questiona a ausência das figuras maternas e paternas no desenvolvimento das crianças. O método psicanalítico propõe uma atividade clínica que se apropria da realidade infantil, contemplando o contexto familiar e escolar. Assim, concluímos que urge a necessidade de escutar e compreender a singularidade das demandas dos contextos escolares num tempo quase simultâneo em que escutamos e compreendemos as demandas do sujeito e do seu ambiente psíquico familiar. Tornou-se fundamental salientar não só sobre as figuras marcantes no processo de constituição psíquica das crianças, como também as condutas expressadas no ambiente escolar e o fortalecimento dos vínculos maternos e paternos, conservando-os de forma íntegra para o bom desenvolvimento psíquico das crianças.

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