O TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE A PARTIR DO CASO NORMAN BATES

Daiane Alves de Moura, Francieli Karine dos Santos, Juliana Báo, Raquel de Melo Boff

Resumo


Norman Bates é um personagem do livro Psycho (1959) do autor Robert Bloch. Em 1960, o livro foi adaptado ao cinema e dirigido pelo cineasta Alfred Joseph Hitchcock, sob o mesmo nome, que traduzido para o português deu origem ao filme intitulado ‘Psicose’. Outros livros e filmes deram continuação a saga Bates, mas este não será o foco deste estudo. Já em 2013, o filme inspirou a criação de uma série (Bates Motel), que conta a história da juventude de Norman Bates. E é exatamente o jovem Norman que será o nosso principal objeto de estudo neste trabalho, sendo que esta pesquisa se propõe a compreender o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), a partir desse personagem fictício, bem como, descrever um dos melhores tratamentos psicológicos a serem realizados dentro das terapias cognitivo-comportamentais para transtornos de personalidade, que é a Terapia do Esquema de Jeffrey Young, visando um melhor manejo do paciente com a referida patologia instalada. Esta investigação seguiu a abordagem qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa bibliográfica. Conforme Lakatos e Marconi (2001), esse tipo de pesquisa não é uma repetição do que já foi dito, escrito e publicado, mas sim, possibilita a discussão de um determinado assunto sob outra perspectiva, de forma com que este novo autor possa chegar a conclusões inovadoras. Desse levantamento bibliográfico foi possível constatar que o TDI está fortemente associado a abusos sexuais e físicos ou a outras situações traumáticas sofridas na infância. Com isso, é como se esses episódios traumáticos fossem tão dolorosos, psicológica e fisicamente, que a vítima inconscientemente separa-se (ou dissocia-se) deles, a fim de ser capaz de prosseguir, escapando da situação intolerável. Conforme Sadock e Ruiz (2017), o sujeito com o transtorno têm suas identidades diferenciadas conforme seu padrão social, seus relacionamentos, suas percepções e pensamentos, sendo que cada personalidade tem uma característica individual. A personalidade é compreendida como nossos pensamentos, emoções e comportamentos, que aparecem diretamente em nosso dia a dia e são facilmente notados por quem convive conosco. Norman possui uma característica diagnóstica definidora do TDI, que “é a presença de dois ou mais estados de personalidade distintos ou uma experiência de possessão” (APA, 2014, p. 292). O que é evidenciado quando Norman assume a personalidade da mãe em vários momentos apresentados durante a série. Comumente os próprios indivíduos ocultam ou não têm consciência completa dos seus sintomas dissociativos (perturbações, alterações de consciência, amnésia, entre outros). Através desta investigação foi possível concluir que a Terapia do Esquema é uma das mais eficazes para um melhor manejo do TDI. Conforme Young (2003), a teoria de tratamento dos esquemas requer que seja realizada a ativação dos sentimentos a partir de imagens mentais para uma ressignificação e a partir daí uma mudança. Contudo, há casos em que a terapia funciona como uma ferramenta de auxílio para uma vida mais saudável ao invés de um tratamento “curador”.

Palavras-chave


Transtorno dissociativo de identidade.; Norman Bates; Terapia do esquema.

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