ENLACE PSICANALÍTICO: UM OLHAR AMPLIADO PARA A ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA EM UM SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
Resumo
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta possibilidades de intervenção da psicologia, em uma instituição privada que, atende crianças e adolescentes de 06 a 17 anos, no contra turno escolar na via da proteção social básica. Tem por objetivo refletir sobre a atuação da psicologia na perspectiva da psicanálise e suas possíveis intervenções no serviço. A instituição dispõe de uma equipe técnica formada por psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, e instrutores de diversas atividades de cunho cultural. As ações de arte, musica e esporte nesta instituição são pautadas na proteção e prevenção dos sujeitos inseridos neste serviço, bem como da sua família, tendo por perfil atendido, a vulnerabilidade social, a partir de um critério socioeconômico estabelecido pela instituição. A psicologia se fortalece neste cenário, com a construção de um olhar ampliado para além do modelo clínico privado, articulando-se com as outras áreas da instituição, e propondo intervenções que são pautadas pelo viés psicanalítico.
2. METODOLOGIA
A metodologia consiste em um relato de experiência articulando-se com o referencial teórico.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O lugar da psicologia na instituição associa-se a um percurso de construção e possibilidades de espaços de intervenção. Inicialmente o esperado, de um modelo de gestão, eram atendimentos clínicos as crianças e adolescentes, a fim de enquadrá-los em algum diagnóstico, como uma espécie de aceite para o que estava fora dos padrões da instituição, ou seja, qualquer manifestação subjetiva que na normativa social “transgredisse” era motivo para encaminhamentos ao setor de psicologia. Com a troca da equipe de gestão foi possível olhar para os sujeitos para além do setting, além do privado e além do sintoma, realizando intervenções com as famílias, com os professores, com os outros profissionais que também atendem o usuário para além da instituição. Dando sentido e enlaçando um olhar ampliado a psicologia em um serviço de proteção social básica tendo como base a psicanálise. Com as diferentes possibilidades de escuta, iniciaram trabalhos em grupos terapêuticos, com crianças, adolescentes e responsáveis. Enriquez (1997), em sua análise sobre a instância grupal, escreve que o grupo, constitui um lugar privilegiado para compreensão dos fenômenos coletivos. Promovendo um novo lugar particular para cada um, mas explorado em grupo. Iniciou-se também, um trabalho junto com as oficinas de música e do apoio pedagógico, levando temas que promoveram a proteção e a construção de novas narrativas. Diante destas novas possibilidades se utiliza das contribuições de Brudna (2007), que neste cenário o psicólogo é alguém que “empresta” seu olhar, sua voz, o toque, devolvendo uma palavra, construindo uma série de significantes que buscam fazer função.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As intervenções pautadas em ações envolvidas com a educação, intervenção interdisciplinar e constituição subjetiva, que tiveram como base o viés psicanalítico, possibilitaram refletir e problematizar que é possível ampliar o olhar da psicologia e da psicanálise em um cenário vulnerável e de proteção básica como o do estudo, ultrapassando o modelo clínico tradicional.
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