SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL: OBSERVAÇÕES ACERCA DOS PROCESSOS DE TRABALHO DO/A ASSISTENTE SOCIAL DE UM CAPSIA EM CASOS DE TENTATIVA DE SUICÍDIO
Resumo
INTRODUÇÃO
Este trabalho visa discutir sobre os processos de trabalho do/a Assistente Social na Saúde Mental, considerando as particularidades do atendimento a crianças e adolescentes acompanhados pelo Centro de Atendimento Psicossocial da Infância e Adolescência (CAPSia), com destaque para a demanda da ideação e/ou tentativa de suicídio. Ao atuar com a complexidade que envolve o suicídio o/a assistente social busca fortalecendo os mecanismos de pertencimento dos pacientes ao espaço de seu tratamento. Ao vivenciar a prática profissional do Serviço Social na saúde mental, buscou-se fundamentar a teoria com a prática do assistente social, entendendo sua atuação como fundamental para qualificar o tratamento terapêutico.
METODOLOGIA
Realizou-se uma investigação do tipo documental e utilizou-se a Análise de Conteúdo para verificação dos dados. A discussão dos dados ocorreu durante a supervisão de estágio e tutoria da área de Serviço Social realizada no CAPSia.
RESULTADOS
O assistente social do CAPSia, ao trabalhar com a temática do suicído, é convidado a superar suas categorias habituais de trabalho, tornando-se um profissional de saúde mental, capaz de intervir na realidade social ao mesmo tempo em que contribuí para o tratamento, cuidado e atenção dos pacientes e seus familiares.
O suicídio pode ser considerado como reflexo de um processo de exclusão social de um sujeito ou da precariedade de acesso a proteção, devido ao seu contexto social. Ao desmistificarmos as causas do suicídio, entendendo-o como um reflexo das fragilidades da nossa sociedade, passamos a interpretar a questão como algo coletivo e que necessita ser compreendido em sua totalidade.
DISCUSSÃO
O assistente social, ao identificar as crises familiares que contribuam para a ideação suicida, deve fazer uso de suas categorias de trabalho para não culpabilizar a família, vendo em sua totalidade quais as reais possibilidades de tratamento. Cabe ao profissional interagir com os diversos espaços frequentados pelos jovens, como a família, escola, trabalho (quando houver), entidades religiosas, espaços de lazer e cultura, serviços de saúde, etc. A relação do tratamento terapêutico com estes outros espaços e equipes responsáveis deve ser o mais resolutivo possível, e cabe ao assistente social criar mecanismos de diálogo para isso.
Um exemplo prático deste trabalho é o apoio matricial. O apoio matricial ou matriciamento, faz parte de uma organização dos serviços de saúde mental com os equipamentos da atenção básica de saúde, em que se evidencia a importância de cada trabalhador e de um modelo de gestão democrático, relativo aos resultados para o usuário.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atuação do Serviço Social sobre a temática do suicídio vai muito além da atuação direta com o paciente e familiares. Este profissional deve estar atento e responsivo as demandas de seus usuários, percebendo desde as expressões da questão sociais que influenciam no tratamento terapêutico, as relações de trabalho dos profissionais, a correlação de forças entre gestores e trabalhadores da saúde mental e as relações estabelecidas com a rede de proteção e garantia de direitos.
Palavras-chave
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