SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL: OBSERVAÇÕES ACERCA DOS PROCESSOS DE TRABALHO DO/A ASSISTENTE SOCIAL DE UM CAPSIA EM CASOS DE TENTATIVA DE SUICÍDIO

Carlos Stavizki Junior, Jaqueline Domingues da Costa, Larissa dos Santos

Resumo


INTRODUÇÃO

Este trabalho visa discutir sobre os processos de trabalho do/a Assistente Social na Saúde Mental, considerando as particularidades do atendimento a crianças e adolescentes acompanhados pelo Centro de Atendimento Psicossocial da Infância e Adolescência (CAPSia), com destaque para a demanda da ideação e/ou tentativa de suicídio. Ao atuar com a complexidade que envolve o suicídio o/a assistente social busca fortalecendo os mecanismos de pertencimento dos pacientes ao espaço de seu tratamento. Ao vivenciar a prática profissional do Serviço Social na saúde mental, buscou-se fundamentar a teoria com a prática do assistente social, entendendo sua atuação como fundamental para qualificar o tratamento terapêutico.

METODOLOGIA

Realizou-se uma investigação do tipo documental e utilizou-se a Análise de Conteúdo para verificação dos dados. A discussão dos dados ocorreu durante a supervisão de estágio e tutoria da área de Serviço Social realizada no CAPSia.

RESULTADOS

O assistente social do CAPSia, ao trabalhar com a temática do suicído, é convidado a superar suas categorias habituais de trabalho, tornando-se um profissional de saúde mental, capaz de intervir na realidade social ao mesmo tempo em que contribuí para o tratamento, cuidado e atenção dos pacientes e seus familiares.

O suicídio pode ser considerado como reflexo de um processo de exclusão social de um sujeito ou da precariedade de acesso a proteção, devido ao seu contexto social. Ao desmistificarmos as causas do suicídio, entendendo-o como um reflexo das fragilidades da nossa sociedade, passamos a interpretar a questão como algo coletivo e que necessita ser compreendido em sua totalidade.

DISCUSSÃO

O assistente social, ao identificar as crises familiares que contribuam para a ideação suicida, deve fazer uso de suas categorias de trabalho para não culpabilizar a família, vendo em sua totalidade quais as reais possibilidades de tratamento. Cabe ao profissional interagir com os diversos espaços frequentados pelos jovens, como a família, escola, trabalho (quando houver), entidades religiosas, espaços de lazer e cultura, serviços de saúde, etc. A relação do tratamento terapêutico com estes outros espaços e equipes responsáveis deve ser o mais resolutivo possível, e cabe ao assistente social criar mecanismos de diálogo para isso.

Um exemplo prático deste trabalho é o apoio matricial. O apoio matricial ou matriciamento, faz parte de uma organização dos serviços de saúde mental com os equipamentos da atenção básica de saúde, em que se evidencia a importância de cada trabalhador e de um modelo de gestão democrático, relativo aos resultados para o usuário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atuação do Serviço Social sobre a temática do suicídio vai muito além da atuação direta com o paciente e familiares. Este profissional deve estar atento e responsivo as demandas de seus usuários, percebendo desde as expressões da questão sociais que influenciam no tratamento terapêutico, as relações de trabalho dos profissionais, a correlação de forças entre gestores e trabalhadores da saúde mental e as relações estabelecidas com a rede de proteção e garantia de direitos.


Palavras-chave


Serviço Social; Suicídio; Processos de Trabalho; Matriciamento.

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.