Seminário de Monografias do Curso de Pedagogia

Este estudo analisa o cotidiano de um grupo de oito crianças, que frequentam o 2º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do campo, localizada no interior do Rio Grande do Sul. O objetivo foi conhecer o que fazem, e o modo como vivem a infância, essas crianças. O estudo e o caminho investigativo buscaram inspiração na nova perspectiva de Pesquisa com Crianças. Esta perspectiva reconhece as crianças como sujeitos de direitos e informantes competentes sobre suas próprias vidas. Após o consentimento das crianças foi proposto a produção de um diário, a partir do qual se buscou o olhar das próprias crianças acerca do seu cotidiano, dentro e fora da escola, contendo desenhos e escritas, a partir destes foi feita uma análise individual com cada criança. A análise dessas atividades demonstra que a experiência de infância, desse grupo de crianças, se constitui tanto de brincadeiras como de algum tipo de trabalho. Como estudam à tarde, relatam que durante a manhã brincam e assistem televisão. Merece destaque, no entanto, o fato de seis crianças ter relatado que ‘ajudam’ em casa. Entre as atividades, citadas por elas, estão trabalhos domésticos, na horta e no trato dos animais. Estes dados reafirmam que as crianças são agentes ativos, que vivem e produzem suas infâncias, em interação com o contexto social e cultural em que vivem. Apesar de destacarem o quanto gostam de brincar, em casa e na escola, elas também demonstram que cotidianamente estão envolvidas, em alguma medida, no mundo do trabalho.