A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E OS POSSÍVEIS PERCURSOS DE APRENDIZAGEM PARA DEFICIENTES VISUAIS

Daiane Sehnem, Rafaela Aline Wenzel

Resumo


Crianças com deficiência visual frequentando escolas de Educação Infantil tem sido pouco comum, apesar das leis garantirem esse direito a elas. Porém, algo comum é escutar as pessoas falando que crianças com deficiência visual tem pré-disposição à música. O encontro diário desta pesquisadora/estudante de Pedagogia com uma criança de 3 anos, deficiente visual com baixa visão e que percebe luminosidade e que gosta de escutar e cantarolar músicas, promoveu a percepção da importância desta temática para o campo da educação. O objetivo da pesquisa, foi realizar um estudo que pretende ampliar o campo de pensamento quanto aos processos de crescimento e desenvolvimento das crianças com deficiência visual em relação com a música. Que provoque o(a) docente tanto de música, quanto o que atua diariamente com as crianças, a pensar em caminhos que promovam aprendizagens significativas, especialmente, para crianças com este perfil. A relevância em pensar e talvez problematizar sobre quais percursos de aprendizagem musical professores que atuam na Educação Infantil vem utilizando com as crianças de um modo geral e quando da especificidade do encontro em sala de aula com crianças deficientes visuais, importa e justifica esta pesquisa. A metodologia qualitativa, encontra seu caminho em: a) uma pesquisa histórica, relacionada ao contexto teórico/conceitual e também legal da música e da deficiência visual no Brasil; b) costurada com descrições fenomenológicas de memórias de vividos e em observações nas escolas durante o período de estágio do curso de Pedagogia; c) descrições de vivências em encontros diários com uma criança deficiente visual de  3 anos de idade e a consideração da temática musical como importante processo de aprendizagem nestes encontros. Para conversar bibliograficamente com a pesquisa, encontrei em autores como Santos (2019), Brito (2013), Illari (2009), Schaefer (1991), e Piaget (1978) um aporte para investigar o que há para pensar em torno da complexidade desta temática. Como conclusão fica a percepção de que a criança com deficiência visual precisa ser estimulada precocemente para desenvolver aspectos sensoriais, cognitivos e afetivos. Além disso, há poucos profissionais que atuam na educação infantil com crianças deficientes visuais e que desenvolvem atividades com música. Para a criança deficiente visual o adulto ou o(a) professor(a) que atua diariamente com ela é que desempenha um papel fundamental, porque é esta pessoa que fornecerá as informações sobre o espaço onde a criança se encontra, descrevendo as alterações que nele acontecem. Também é o(a) professor(a) ou adulto, pela convivência diária, que pode auxiliar nas atividades e pensar maneiras de torná-las interessantes e adaptadas, levando em consideração a sua especificidade. A intervenção do adulto nas atividades favorece o aprendizado da criança, mas também propicia que ela se torne um sujeito ativo no seu processo de constituição do conhecimento e acredito que a música possa ser um caminho entre muitos.

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