A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E OS POSSÍVEIS PERCURSOS DE APRENDIZAGEM PARA DEFICIENTES VISUAIS
Resumo
Crianças com deficiência visual frequentando escolas de Educação Infantil tem sido pouco comum, apesar das leis garantirem esse direito a elas. Porém, algo comum é escutar as pessoas falando que crianças com deficiência visual tem pré-disposição à música. O encontro diário desta pesquisadora/estudante de Pedagogia com uma criança de 3 anos, deficiente visual com baixa visão e que percebe luminosidade e que gosta de escutar e cantarolar músicas, promoveu a percepção da importância desta temática para o campo da educação. O objetivo da pesquisa, foi realizar um estudo que pretende ampliar o campo de pensamento quanto aos processos de crescimento e desenvolvimento das crianças com deficiência visual em relação com a música. Que provoque o(a) docente tanto de música, quanto o que atua diariamente com as crianças, a pensar em caminhos que promovam aprendizagens significativas, especialmente, para crianças com este perfil. A relevância em pensar e talvez problematizar sobre quais percursos de aprendizagem musical professores que atuam na Educação Infantil vem utilizando com as crianças de um modo geral e quando da especificidade do encontro em sala de aula com crianças deficientes visuais, importa e justifica esta pesquisa. A metodologia qualitativa, encontra seu caminho em: a) uma pesquisa histórica, relacionada ao contexto teórico/conceitual e também legal da música e da deficiência visual no Brasil; b) costurada com descrições fenomenológicas de memórias de vividos e em observações nas escolas durante o período de estágio do curso de Pedagogia; c) descrições de vivências em encontros diários com uma criança deficiente visual de 3 anos de idade e a consideração da temática musical como importante processo de aprendizagem nestes encontros. Para conversar bibliograficamente com a pesquisa, encontrei em autores como Santos (2019), Brito (2013), Illari (2009), Schaefer (1991), e Piaget (1978) um aporte para investigar o que há para pensar em torno da complexidade desta temática. Como conclusão fica a percepção de que a criança com deficiência visual precisa ser estimulada precocemente para desenvolver aspectos sensoriais, cognitivos e afetivos. Além disso, há poucos profissionais que atuam na educação infantil com crianças deficientes visuais e que desenvolvem atividades com música. Para a criança deficiente visual o adulto ou o(a) professor(a) que atua diariamente com ela é que desempenha um papel fundamental, porque é esta pessoa que fornecerá as informações sobre o espaço onde a criança se encontra, descrevendo as alterações que nele acontecem. Também é o(a) professor(a) ou adulto, pela convivência diária, que pode auxiliar nas atividades e pensar maneiras de torná-las interessantes e adaptadas, levando em consideração a sua especificidade. A intervenção do adulto nas atividades favorece o aprendizado da criança, mas também propicia que ela se torne um sujeito ativo no seu processo de constituição do conhecimento e acredito que a música possa ser um caminho entre muitos.
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