DESAFIOS DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM TEMPOS DE PANDEMIA COVID-19: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Daniele Souza Tassoni, Eduarda Mieli da Cas, Mariana Dionísio de Oliveira, Fabiana Assmann Poll, Bianca Ines Etges

Resumo


A pandemia pelo SARS-CoV-2 foi um acontecimento imprevisível, alarmante e grave, que exigiu diversas mudanças dentro da sociedade, para que a velocidade de transmissão do vírus fosse reduzida e para preservar a capacidade de funcionamento do sistema de saúde do país. Com isso, medidas de proteção tiveram de ser tomadas em todos os países, e, dentre todas, destaca-se o distanciamento social.  Assim sendo, o presente estudo tem o intuito de descrever um relato de experiência como bolsista de extensão dos desafios percebidos em tempo de pandemia. O projeto de extensão ?Promoção de modos de vida saudáveis nas doenças crônicas não transmissíveis e obesidade: da infância ao envelhecimento humano?, realizado no Serviço Integrado de Saúde da UNISC, desenvolve atividades na área da nutrição e da enfermagem, junto a dois grupos de Idosos Hipertensos e Diabéticos. Com o avanço da pandemia, para preservar a saúde de nossos pacientes e evitar aglomerações, os encontros presenciais foram suspensos. Dessa forma, os alunos e professores responsáveis por essas atividades encontraram obstáculos na comunicação e na transmissão do conhecimento de forma remota. Desde o início do mês de março, as atividades práticas com os idosos participantes do projeto de Extensão foram suspensas na Universidade. Por esse motivo, a comunicação entre os pacientes, os alunos e os professores aconteceram de forma remota, através de ligações e comunicação por aplicativo de mensagens online. Com essa mudança, os alunos encontraram dificuldades em desempenhar seus papéis, que antes eram realizados presencialmente. Podemos citar, como as principais dificuldades: os problemas na comunicação remota; obstáculos na obtenção de respostas após um contato; desafios em desenvolver atividades explicativas e claras que pudessem ser repassadas remotamente; e dificuldade de entender a situação real de saúde do paciente.  Diversos de nossos pacientes são idosos, portanto, encontram dificuldades para se comunicar frente a uma ligação telefônica ou em interpretar uma mensagem enviada de forma online. Dessa forma, muitas vezes, não conseguimos expor nossa real intenção ao contatá-los. Nosso desafio, muitas vezes, foi o de conseguir contato com nossos pacientes, uma vez que encontramos, diversas vezes, números inexistentes nos dados do prontuário, ou quando a comunicação é feita através de um familiar, ela pode ser falha. Sobre o desenvolvimento de atividades informativas, tivemos de nos reinventar para desenvolver encartes explicativos, simples e comunicativos, para que nossos pacientes conseguissem compreender a mensagem. Nesse sentido, tivemos de aprender a trabalhar melhor com ferramentas tecnológicas, a fim de produzir o um bom conteúdo em saúde de forma didática, objetiva, porém sem esquecer do acolhimento e do afeto, que são característicos da extensão. Por fim, conseguir compreender a situação em que o paciente se encontra em relação a sua saúde, para poder instruí-lo, da melhor forma, de maneira remota, mostrou-se desafiador e, ainda, em construção e avaliação. Por todos os aspectos mencionados, é possível concluir que a prática de atividades extensionistas, de forma remota, na pandemia, trouxe diversos aprendizados, desafios e dificuldades a serem superados, e mostrou a capacidade de os estudantes, os professores e os serviços se reinventarem e buscarem o conhecimento através de meios alternativos, para que, futuramente, possam ser mesclados com os encontros e orientações presenciais.


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ISSN 2764-2135