AVALIAÇÃO DO GRAU DE EXCESSO DE PESO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO VIDA LEVE-UNISC

juliana priebe steffens, Bianca Ines Etges, Marilia Dornelles Bastos, Joice Inês Swarowsky Bastos, Fabiana Assmann Poll

Resumo


A obesidade infantil é considerada, atualmente, um distúrbio nutricional que afeta milhares de crianças no Brasil. Diversos fatores como, má alimentação, genética, sedentarismo, uso de medicamentos ou uma combinação destes podem provocar excesso de ganho de peso e causar a obesidade. A frequência do aumento de excesso de peso e obesidade, entre crianças e adolescentes, necessita que o diagnóstico do estado nutricional faça parte da avaliação de rotina dos profissionais da saúde. Diante disso, o ambulatório Vida Leve é um serviço fornecido pelos estudantes e professores do cursos de Medicina e de Nutrição da UNISC, que atuam junto ao Sistema Integrado de Saúde (SIS), e faz parte do projeto de extensão Modos de Vida Saudável: da Infância ao Envelhecimento Humano. O ambulatório atende, semanalmente, crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesos, que são incentivados a adotar modos de vida saudáveis, além de identificar, analisar e mudar hábitos e práticas não promotoras de saúde. A cada consulta, são coletados e propostas modificações na rotina, através da disponibilização de materiais educativos para a criança e a família ou responsáveis. O objetivo do presente estudo foi avaliar o grau de excesso de peso dos pacientes atendidos pelo ambulatório Vida Leve, no ano de 2019, através do escore z para o índice de massa corpórea por idade (IMC/I). Trata-se de um estudo com delineamento transversal, realizado mediante os dados coletados na primeira consulta de 2019, junto aos atendimentos do ambulatório Vida Leve, que foram tabulados no Microsoft Excel. O estado nutricional foi classificado pelo software Anthro Plus, da Organização Mundial de Saúde (2007). As variáveis adotadas foram: sexo, idade e escorez Z de IMC/I e analisadas descritivamente. Totalizou-se 50 pacientes, sendo 26 do sexo feminino e 24 do sexo masculino, com idade entre 2 e 18 anos. Destes, 44% já haviam consultado em anos anteriores no ambulatório e os demais eram pacientes novos. Os resultados quanto ao estado nutricional apontam que 50% (n=25) foram classificados em obesidade grave, sendo que o maior escore Z foi de +6,7DP. Estavam em obesidade 34% (n=17) e em sobrepeso 10% (n=5) dos pacientes. A média geral do escore z foi de +3,07DP. Apenas 6 % (n=3) dos resultados foram de eutrofia, com escore z de -0,91 DP, como menor escore Z encontrado. Destaca-se que o foco de atendimento do ambulatório é o sobrepeso e a obesidade, crianças eutróficas, normalmente, têm atendimento, quando existe algum outro fator de risco à saúde presente, relacionado à alteração de perfil lipídico, glicêmico ou à pressão arterial. Conclui-se que houve uma maior prevalência de obesidade grave nas crianças e adolescentes atendidos no ano de 2019, ainda que, para muitos, os dados analisados não se referiram à primeira consulta no ambulatório. Esse resultado nos permite refletir sobre como o tratamento da obesidade na infância é longo e exige muito comprometimento da equipe de saúde e da família. Sabe-se que o aumento da prevalência da obesidade, em idades precoces, amplia, ainda mais, a possibilidade de tornarem-se adultos obesos, acarretando várias condições mórbidas associadas à obesidade, como a síndrome metabólica, dislipidemia e diabetes. O estudo evidencia a importância de intervenções direcionadas à prevenção da obesidade, desde a infância, e para a promoção de hábitos saudáveis, motivando o desenvolvimento de indivíduos saudáveis.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135