PRÉ-ECLÂMPSIA E SUAS REPERCUSSÕES: UM RELATO DE CASO

Bianca Silva Carneiro, Mari Ângela Gaedke

Resumo


Introdução: A pré-eclâmpsia (PE) é a mais comum das complicações relacionadas a síndromes hipertensivas gestacionais, sendo a principal causa de mortalidade materna no Brasil e morbimortalidade perinatal. Ainda que não se tenha uma etiopatogênia definida, sabe-se que o tratamento mais efetivo é a interrupção da gestação. Objetivo: Apresentar um caso clínico de pré-eclâmpsia associando-a aos fatores de risco presentes e suas consequências para o binômio mãe-bebê. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso acompanhado num Centro Obstétrico de hospital de ensino referência em gestação de alto risco durante disciplina curricular de Curso de Graduação em Enfermagem. Os dados foram coletados mediante consulta ao prontuário, anamnese e exame físico. Para discussão do caso buscou-se referencial teórico através de artigos selecionados em portais de periódicos online. Resultados: Paciente R, 37 anos, internada na unidade referindo cefaleia, perda de visão e dor em baixo ventre, apresentando edema de extremidades. Multípara (8ª gestação, com seis partos vaginais e um cesário, além de um aborto, sendo sua primeira gestação aos 13 anos). Histórico de doença cardíaca, hipertensão arterial prévia, tromboembolismo pulmonar há 6 anos associado ao tabagismo (12 cigarros p/dia) e uso de anticoncepcional oral. Gestação atual com 23 semanas e 3 dias, não planejada, descoberta no primeiro trimestre. Pré-Natal realizado em unidade de referência para alto risco. Considerando o histórico da paciente, foi possível associar os fatores de risco evidenciados como a idade avançada, múltiplas gestações, pré-eclâmpsia prévia na última gravidez, hipertensão, doença cardíaca, histórico de TEP e tabagismo. Isolados, esses aspectos já são preditivos de uma possível gestação de alto risco, somados, potencializam o acometimento de complicações como a pré-eclâmpsia. Para o diagnóstico da doença, três critérios são considerados: a elevação da PA, a presença de edema e a proteinúria. A PE é uma complicação grave da gestação, com prognósticos preocupantes que podem gerar sequelas para mãe e feto. O tratamento eficaz é o parto; somente com a interrupção da gravidez, o quadro clínico da gestante se estabiliza. No entanto, o risco-benefício deve ser avaliado criteriosamente, considerando que na maioria dos casos esse parto ocorre de forma prematura, o que prejudica a saúde do feto. Nas situações em que não é recomendável interromper a gravidez, condutas como a corticoterapia são adotadas para acelerar a maturidade pulmonar fetal, além de tratamento anti-hipertensivo, hospitalização e terapia anticonvulsivante (sulfato de magnésio), controle rígido da PA, alimentação adequada e repouso. Considerações finais: Através da análise do caso apresentado, foi possível compreender as dimensões que a PE atinge na gestação. A paciente apresentando um histórico de saúde vulnerável, com diversos fatores de risco, se submetida a uma cesariana ? como ocorre na maioria dos casos ? possui uma série de fatores que podem vir a gerar complicações em seu quadro clínico. Já o RN, corre todos os riscos da prematuridade. Através da orientação adequada para o uso de métodos contraceptivos é possível evitar gestações não planejadas e que estabelecem risco para mãe e o feto. O pré-natal também é fundamental para a manutenção da saúde do binômio mãe-feto, pois através do diagnóstico precoce de uma gestação de alto risco, serão adotadas condutas adequadas para cada caso específico.

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ISSN 2764-2135