VÍNCULO SUJEITO-FAMÍLIA-PESQUISADORA ANTES E DURANTE A PANDEMIA
Resumo
O presente resumo consiste em apresentar vivências e desafios na construção de vínculo entre sujeito-família-pesquisadora antes e durante a pandemia do Coronavírus, dentro do projeto de pesquisa intitulado Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas - GAIA, no projeto vinculado ?Na Ponta dos Dedos: o iPad como instrumento complexo de cognição/subjetivação?. As vivências se deram a partir de atendimentos realizados no Sistema Integrado de Saúde (SIS), nas dependências da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, com duração de 30 minutos cada, com um sujeito de 10 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e a pesquisadora está na linha de frente com esse sujeito. Para esses atendimentos, utilizamos o objeto técnico Ipad, pois compreendemos as relações sujeito-máquina e sujeito-sujeito a partir da complexidade. Trazendo a construção do vínculo como potencializador, apostamos no princípio de auto-organização de Heinz Von Foerster, no conceito de autopoiesis de Humberto Maturana e Francisco Varela e na aprendizagem pelo ruído de Henri Atlan. Sendo assim, o sujeito possui 10 anos e ingressou no projeto em maio de 2019, possuía frequência até março de 2020, quando iniciou a pandemia do Covid-19. Durante os atendimentos presenciais no SIS, o sujeito demonstrou uma construção significativa de vínculo, tornando-se mais autônomo, tendo maior demonstração dos sentimentos, melhorou sua comunicação e desenvolveu a fala. Além disso, através do iPad estava sendo provocado com diferentes possibilidades para auxiliar no processo de alfabetização em que se encontrava. Passamos a criar um vínculo com a família também, deixando-os mais próximos do projeto. Entretanto, a pandemia aconteceu e, no início, assustou a todos, principalmente a pesquisadora e a família, em virtude de como continuar com os atendimentos e a permanência do vínculo. Sendo assim, reinventamos e continuamos virtualmente, através de encontros online, vídeos, ligações etc., envolvendo a família, pesquisadora e o sujeito com a tecnologia, que é potencializadora no processo de desenvolvimento e aprendizagem. A pesquisa ainda está em andamento, mas, agora, com desafios diferentes e novos questionamentos referentes às mudanças da realidade. Não há resultados finais, portanto apostamos na tecnologia touch e na importância do vínculo como potencializadores do desenvolvimento do sujeito diagnosticado com TEA através de diferentes transformações, mesmo sendo de forma remota e sem contato físico, vencendo as barreiras durante a pandemia do Covid-19.
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ISSN 2764-2135