A POTENCIALIZAÇÃO DO SUJEITO DIAGNOSTICADO COM TEA A PARTIR DA PERSPECTIVA COMPLEXA E OS DESAFIOS DO DISTANCIAMENTO SOCIAL
Resumo
O presente resumo consiste em abordar algumas provocações perante os estudos do projeto de pesquisa intitulado ?Na Ponta dos Dedos: o iPad como instrumento complexo de cognição/subjetivação? e as dificuldades encontradas durante o período de pandemia, que nos cerca, na perspectiva de duas pesquisadoras, que se encontram na linha de frente dos atendimentos realizados. Os atendimentos, até Março de 2020, realizados de forma presencial, faziam a utilização do objeto técnico iPad, investigando e problematizando o acoplamento humano máquina, bem como as relações de acoplamento sujeito-sujeito com crianças diagnosticadas com Transtornos do Espectro Autista (TEA). Este projeto de pesquisa é amparado pelo Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas ? GAIA, aprofundando e complexificando seus estudos nas emergências da ciência contemporânea, assim, vencendo as barreiras impostas pela pandemia do Covid-19. Para tal, aposta-se na subjetividade e formação humana complexa, a partir do paradigma da complexidade, potencializando o sujeito com TEA através da tecnologia touch, o acoplamento tecnológico e na ontoepistemogênese. Com o distanciamento social, o projeto precisou passar por uma reorganização e repensar suas maneiras de intervenção e relacionamento com os sujeitos. Assim, contemplando as observações e relações sensíveis para compreender subjetivamente o que está além do que se vê e do contato físico, já que acreditamos que pequenos atos, muitas vezes desconsiderados em outras circunstâncias, podem carregar potencia, avanços e grande significado para nossa pesquisa. Além disso, podemos perceber que, apesar do contato físico, antes considerado fundamental em nossas discussões, passou a se tornar pequeno, perto das descobertas realizadas frente ao novo desafio imposto: realizar nossos atendimentos de forma online, envolvendo o sujeito, a família, a tecnologia, potencializando o processo de aprendizagem e o desenvolvimento. Contudo, passamos a perceber de outra forma essa relação projeto-família, tendo-a cada vez mais presente e estreitando essa relação, que é tão importante para as conquistas desse sujeito, entendendo-o como autônomo e capaz, superando as palavras escritas em um diagnóstico médico. A pesquisa ainda está em andamento, agora enfrentando novos questionamentos e desafios referentes à realidade atual. Portanto, não há resultados finais, porém, compreende-se, parcialmente, ser possível realizar os atendimentos de forma assíncrona, visto que as crianças obtiveram construções significativas, melhor compreensão de suas relações com o objeto técnico, construções significativas de vínculo com a tecnologia touch, aproximação com seus familiares, potencializando seu fluxo de viver de forma mais autônoma, etc. Dito isso, o acoplamento tecnológico se torna possível, mesmo de forma remota e sem o contato físico, apesar de, ainda, o considerarmos de suma importância para as transformações cognitivas, subjetivas e/ou físicas.
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ISSN 2764-2135