PERFIS DE VIOLÊNCIA EM ESCOLAS ESTADUAIS DE SANTA CRUZ DO SUL/RS A PARTIR DO CONCEITO DE REGIÃO

Tawnni Boiani Hirsch, Silvia Leticia Carvalho Corrêa, Camilo Darsie de Souza

Resumo


Introdução: Neste artigo são analisados dados coletados em turmas de Ensino Médio de duas escolas estaduais da cidade de Santa Cruz do Sul/RS. As áreas de abrangência do estudo são as regiões norte e sul da cidade. Os dados obtidos, articulados a referenciais teóricos sobre o conceito de região e sobre a violência, indicam que os perfis de violência se alteram de acordo com as regiões em que ocorrem. Desse modo, a atenção direcionada às especificidades regionais colabora com os processos educativos e com o entendimento sobre os modos como a violência ocorre nas escolas. Objetivo: o objetivo é apontar os perfis regionais de violência escolar, tendo em vista a relevância do espaço na constituição desses perfis. Para tanto, trabalha-se com o conceito de região como ferramenta operacional capaz de auxiliar a compreensão acerca das formas de violência mais comuns em ambientes escolares. Metodologia: o desenvolvimento do presente artigo foi realizado com base em bibliografias que explicam o desenvolvimento dos bairros, cidade, os conceitos de violência. E, para obter os resultados, que acordassem com o tema proposto, foi realizada uma pesquisa através de um questionário, contendo perguntas relevantes a respeito de violência escolar, com alunos de ensino médio, em duas escolas estaduais, para finalizar foi realizado entrevistas com os professores das mesmas. Resultados: tanto na Escola 1, quanto na Escola 2 foi possível identificar que os alunos em sua grande maioria concordam que usar de violência física e/ou emocional para resolver conflitos não é a melhor solução. Porém alguns discordam e afirmam que essa é a melhor maneira de resolver situações conflitantes com seus colegas. Discussão: As áreas de abrangência do estudo foram as regiões norte e sul da cidade. Os dados obtidos, articulados a referenciais teóricos sobre o conceito de região e sobre a violência, indicaram que os perfis de violência se alteram de acordo com as regiões em que ocorrem. Em uma das escolas, localizada na região mais abastada ? do ponto de vista socioeconômico ? a violência física não representa um problema com gravidade considerada relevante. Tanto estudantes quanto professores indicaram pouca atenção a tais fatos, ao mesmo tempo em que dizem trabalhar o tema, didaticamente, como forma de prevenção. Nesse caso, os casos relacionados ao bullying, ou seja, aqueles associados à violência emocional, mostraram-se mais comuns. Por outro lado, na escola localizada na região considerada mais precária, a violência física é apontada como algo presente e a sua prática se sobressai em relação aos casos de violência emergente de assédios morais e/ou emocionais.   Entendeu-se, por meio desses dados, que aspectos específicos das regiões em que as escolas se encontram inseridas transformam os perfis de violência, de modo a romper com a possibilidade de padronização comportamental descolada das dinâmicas espaciais. Desse modo, a atenção direcionada às especificidades regionais colabora com os processos educativos e com o entendimento sobre os modos como a violência ocorre nas escolas.

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ISSN 2764-2135