EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS DE PROFESSORES SURDOS EM UM CURSO MÉDIO NORMAL: O CONTEXTO DE UMA ESCOLA PÚBLICA BILÍNGUE PARA SURDOS
Resumo
EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS DE PROFESSORES SURDOS EM UM CURSO MÉDIO NORMAL: O CONTEXTO DE UMA ESCOLA PÚBLICA BILÍNGUE PARA SURDOS
A escola estadual de surdos de Santa Maria, Dr. Reinaldo Fernando Coser, inaugurada em 2001, oferece educação para crianças, jovens e adultos surdos, desde a educação infantil até o ensino médio, sendo que nesse último é oferecida a profissionalização dos estudantes surdos a partir da oferta do curso Normal. Quanto aos objetivos específicos do curso, é importante destacar: construção de uma pedagogia da diferença, em que os surdos têm um papel fundamental na educação de sua comunidade, proporcionando a mesma ir ao encontro de sua identidade, consolidar a sua língua e a sua cultura. Mediante esse movimento, interessa-nos ?entender as experiências formativas que estão sendo colocadas em funcionamento para a constituição de professores surdos em um curso Médio-Normal?. Nesse texto, pretendemos analisar um conjunto de dados produzidos por uma escola pública bilíngue de surdos, a qual vem se ocupando da formação desses sujeitos em um Curso Normal. A base comum do curso é composta por áreas do conhecimento que abrangem as disciplinas de Matemática, Física, Química, Biologia, História, Geografia, Educação Física, Português, Língua Brasileira de Sinais, Língua Estrangeira (Inglês e Espanhol) e Literatura. Já a base diversificada é composta por Didática, Sociologia, Filosofia, Metodologias e Didática voltada à Educação Especial. Diríamos que se trata de uma artesania surda, pensada para o ofício do professor surdo, em que a centralidade das dinâmicas pedagógicas está na visualidade, nas imagens. Os elementos que envolvem a construção de uma experiência pedagógica visual conduzem-nos a importantes questionamentos; talvez o principal deles seja: qual é a escola de surdos que queremos? Acompanhando os efeitos da formação de surdos professores, em um curso Médio-Normal, foi possível traçar um movimento metodológico que vem nos ajudando a entender os efeitos dessa formação nos sujeitos surdos, que estão em pleno percurso formativo. Como forma de registro desses acontecimentos, um diário de campo vem sendo construído como instrumento para auxiliar na organização das ideias centrais da pesquisa. O diário de campo é uma das possibilidades de mantermos um tom etnográfico neste estudo. O Regimento Escolar (2018b) e o PPP (2018a) apontam, também, para outros tantos elementos, e lançam-nos para a temática de pesquisa. É uma produção de dados que nos permitiu compreender a proposição da noção de ofício na ?formação? de estudantes surdos, a ponto de afastar-nos, de certa forma, do termo formação para pensar a partir do termo ofício. Ofício que se afasta da condução de condutas, e, que, ao contrário, no seio da escola, provoca possibilidades amorosas de trilhar o caminho na oficina do mestre. Para isso, propomos ateliês pedagógicos, que se aproximam da pesquisa etnográfica, pois o pesquisador se insere no contexto de pesquisa com base na observação participante, mantendo contato direto com o campo de pesquisa e com a sua materialidade. Pesquisa que está em andamento e que, atualmente, busca pela sua materialidade.
PALAVRAS-CHAVE: Surdos. Formação. Curso Normal. Experiência
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ISSN 2764-2135