Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Unisc

Este escrito resulta da pesquisa realizada para o trabalho de conclusão de curso de História da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e que esteve vinculada ao Grupo de Pesquisa Currículo, Memórias e Narrativas em Educação (CNPq/PPGEdu/UNISC). O objetivo central foi explorar as potencialidades de investigação no campo de estudos da História da Educação a partir de um levantamento de fontes documentais do arquivo da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira, instituição localizada no município de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul/Brasil. A pesquisa foi qualitativa e, metodologicamente, contemplou a combinação de procedimentos de pesquisa bibliográfica e documental. No arquivo da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira, encontra-se material com potencial significativo para o desenvolvimento de estudos no campo da História da Educação como: a) livros de cadastro de professores; b) fichas de cadastro e matrículas de alunos/as; c) convocatórias; d) livro-ponto dos/as professores/as; e) atas de reuniões docente; f) diários de classe; g) recortes de jornais e revistas sobre a instituição; h) fotografias. Por meio dos registros do próprio percurso investigativo realizado para a pesquisa e contando com o levantamento feito até então, emergiram quatro preceitos considerados centrais para refletir sobre os principais aspectos que embasam  as pesquisas em História da Educação, especialmente as que, de algum modo, utilizam os arquivos escolares. Deve-se, segundo o percurso investigativo que foi escolhido nesta pesquisa: a) considerar todas as variáveis que se dão nas situações de campo, ficando atento/a às narrativas da memória institucional; b) pensar os acervos dos arquivos escolares em seu contexto de produção e em que medida representam a memória histórico-educacional do Brasil ou da região particular; c) considerar que, para ?sondar? arquivos escolares é preciso ter clareza sobre o conceito de fonte que guiará o/a pesquisador/a em seu percurso; d) considerar, por fim, a preservação dos arquivos escolares não só porque se deve ampliar os estudos referentes à História da Educação no que diz respeito às instituições escolares, mas, também, porque preservar esses documentos pode garantir reflexões sobre o caráter das políticas públicas educacionais da atualidade e seus efeitos para a escola e a cultura escolar. A partir da consideração destes quatro preceitos, construiu-se um quadro de potencialidades deste arquivo escolar ancorado nos pressupostos comuns às pesquisas em História da Educação e da imposição, cada vez maior, da constituição de inventários e catálogos de fontes de arquivos escolares disponibilizadas aos/às pesquisadores/as. A caracterização geral do arquivo da escola e de seu acervo demonstrou múltiplas potencialidades para a pesquisa, tais como: sistematização das disciplinas escolares e das relações pedagógicas, caracterização do trabalho de gestão e organização pedagógica da instituição, definição do perfil dos/as alunos/as da escola, desenvolvimento e trajetória do corpo docente da instituição escolar, formação acadêmica e profissional, etc. As conclusões desta pesquisa reiteram a percepção da escola como lócus de produção de uma cultura específica, ocupando, nas últimas décadas, a atenção dos/as historiadores/as da educação, que consideram os arquivos escolares fundamentais para a análise das práticas educativas ligada aos diferentes contextos sociais e culturais.