CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDOS DE COORTE PARA A SAÚDE BUCAL: REVISÃO DE LITERATURA

Maile Maísa Langbecker, Michele Ines Baierle, Renita Baldo Moraes

Resumo


Introdução: Estudos de coorte, também conhecidos como estudos observacionais longitudinais, de incidência ou follow-up, são responsáveis pela avaliação da incidência de alterações da normalidade em um intervalo de tempo. Ademais, possibilitam relacionar essas alterações a fatores de risco apresentados pelos participantes da pesquisa. Na saúde bucal, o estudo de coorte possibilita a análise do curso das principais patologias, como cárie dentária e doença periodontal, por meio de avaliação e reavaliação de grupos representativos e selecionados. Objetivos: avaliar as contribuições dos estudos de coorte para a saúde bucal, bem como suas vantagens e desvantagens. Metodologia: através de uma revisão de literatura, por meio de artigos e livros publicados em português e inglês, serão avaliadas as contribuições, vantagens e desvantagens dos estudos de coorte para a saúde bucal. Resultados: a principal vantagem de um estudo de coorte é a possibilidade de acompanhar a evolução das doenças no decorrer do tempo, além de analisar associações entre os fatores de risco e as doenças, ou outros eventos, contribuindo ao direcionamento das políticas públicas em saúde. Também apresenta as vantagens de minimizar o viés de seleção e de memória, o qual é mais elevado em estudos transversais. No entanto, esses estudos apresentam desvantagens que estão relacionadas ao alto custo na realização da pesquisa e à perda de participantes com o passar do tempo, tendo em vista que, após a primeira avaliação, os participantes podem mudar de endereço ou de número telefônico, perdendo-se o contato. Além disso, requer um longo tempo de acompanhamento, pois algumas doenças podem ocorrer apenas após uma exposição prolongada. Por outro lado, as transições entre as etapas da vida, especialmente da infância até a fase adulta, acarretam alterações comportamentais, algumas com impacto sobre a saúde do indivíduo. Enquanto nos primeiros anos de vida os cuidados dependem do núcleo familiar, na adolescência, as relações com amigos ou colegas podem influenciar no autocuidado, repercutindo na saúde bucal. Ademais, as principais doenças bucais, como cárie e doença periodontal sofrem influência de aspectos socioeconômicos, comportamentais e de acessibilidade aos serviços de saúde e, isso pode variar de acordo com a fase da vida do indivíduo. Assim, estudos de coorte na odontologia tem contribuído ao avaliar a associação de problemas sistêmicos, como hipertensão, obesidade e depressão, com a saúde bucal, a influência das iniquidades socioeconômicas na saúde bucal, o curso das doenças bucais, a efetividade dos procedimentos odontológicos e das estratégias preventivas, e o impacto da saúde bucal na qualidade de vida, entre outros. Devido a essas possibilidades, é considerado o estudo observacional que fornece as melhores informações sobre as causas das doenças e a medida mais direta dos seus riscos. Conclusão: considerando que a saúde bucal é imprescindível para a saúde geral e está diretamente relacionada à qualidade de vida, destaca-se a importância e a contribuição dos estudos de coorte na odontologia, os quais possibilitam, a partir do conhecimento dos fatores de risco, a tomada de medidas direcionadas à promoção da saúde bucal da população, de acordo com as diferentes fases da vida do indivíduo.

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ISSN 2764-2135