HEPATITE B: A BAIXA ADESÃO À IMUNIZAÇÃO

Alessandro Sulzbacher, Anelise Miritz Borges

Resumo


Introdução: A hepatite B é uma doença infecciosa viral e contagiosa, de alta transmissibilidade, que desencadeia inflamação das células hepáticas, com potencial necrose destas, gerando alterações clínicas, bioquímicas e celulares. A história da vacinação contra o Vírus da Hepatite B (VHB) tem início em 1982, quando as primeiras vacinas foram licenciadas e eram derivadas de plasma de pacientes com infecção crônica. A partir de 1986, as vacinas começaram a ser produzidas e, em 1992, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou que todos os países introduzissem a vacina contra hepatite B nos programas pediátricos de rotina até 1997. Mais do que prevenir a infecção aguda, a finalidade seria diminuir as taxas de transferências congênitas e perinatais da hepatite B, e, consequentemente, a manifestação crônica da doença. A vacinação contra hepatite B é outra forma de prevenção disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Para tal, é considerada, como faixa etária específica à vacinação, as crianças menores de um ano de idade, a partir do nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o parto, e crianças e adolescentes entre um a 19 anos de idade. É importante enfatizar que a vacina também pode ser administrada em qualquer idade e pode ser feita concomitantemente com outras vacinas do calendário básico. Objetivo: O objetivo do trabalho é analisar a cobertura vacinal no município de Santa Cruz do Sul e discutir sobre o seu impacto na população. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico e descritivo, conduzido a partir de dados secundários, correspondentes aos anos de 2011 a 2016, junto ao Sistema de Informação de Agravos e Notificação, obtidos no Centro Municipal de Atendimento à Sorologia (CEMAS), da cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Principais resultados: Obteve-se, no período analisado, 54 casos notificados de hepatite B, destes, apenas sete tinham o esquema completo para a vacina correspondente e 46 não possuíam a vacina. Esta situação requer maior atenção dos gestores estaduais e municipais, pois a vacina faz parte do calendário de vacinação. Entre as principais razões para a não vacinação contra a hepatite B está a carência de orientações. Desta forma, pode-se inferir que isto acarreta um efeito cascata, a baixa adesão à imunização está relacionada a menor proteção à infecção pela hepatite B. Conclusões: Desta forma, conclui-se que um meio simples e fácil de controlar o VHB é ampliar as estratégias de vacinação, uma vez que a vacina encontra-se disponível em qualquer unidade de Atenção Primária em Saúde, e que é disponibilizada a qualquer pessoa de forma gratuita. Da mesma forma, são essenciais os programas de educação em saúde, abordando a importância da vacinação na prevenção da doença e a inclusão de busca ativa para aqueles que não completaram o esquema vacinal.

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ISSN 2764-2135