SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA EM IDOSOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2: REVISÃO NARRATIVA

Tatiana Pinto Bessauer, Rafael Reiman Baptista, Tatiana Quarti Irigaray, Daiane Santos de Oliveira, Tainá Rossi, Régis Gemerasca Mestriner

Resumo


O processo de envelhecimento é marcado por diversas alterações fisiológicas, psicológicas e sociais que podem acarretar prejuízos na saúde global do indivíduo. Entre elas, podemos identificar uma alta prevalência da diabetes mellitus tipo 2 (DM2), que está associada a uma grande produção endógena de glicose e a resistência à ação da insulina pelos receptores. Ainda, percebe-se um aumento na presença de sintomatologia depressiva em quadros de DM2, podendo implicar na adesão ao tratamento. O objetivo deste estudo é revisar a literatura para compreender a associação de sintomas depressivos em portadores da DM2 idosos. Será realizado uma revisão narrativa da literatura com a utilização de palavras-chaves definidas a partir da plataforma de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) da base de dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram ?type 2 diabetes mellitus? AND ?depression? AND ?elderly?. Utilizou-se como critério de inclusão 1) população idosa; 2) artigos publicados nos últimos 5 anos. O critério de exclusão foi artigos que não fossem nos idiomas português ou inglês. Foram encontrados 6 artigos dos últimos 5 anos que relacionam DM2, aspectos emocionais e fatores associados. Na análise dos estudos selecionados percebeu-se que há uma associação bidirecional entre DM2 e depressão. Outros estudos com idosos mostraram que os sintomas depressivos poderiam estar relacionados às maiores complicações diabéticas, tempo de diagnóstico e maior nível de Hemoglobina glicada (HbA1c) em comparação com o grupo de menor prevalência dos sintomas, sendo essa correlação maior para o sexo masculino. Ainda, a presença de depressão severa, comprometimento cognitivo leve, desnutrição e prejuízos nas atividades de vida diária são preditores de baixo controle glicêmico, pelo comprometimento do potencial de autocuidado. Além disso, em idosos diabéticos acometidos pela Síndrome da Fragilidade, o baixo nível de atividade física está associado, dentre outros elementos, a sintomas depressivos. No mesmo sentido, a sintomatologia depressiva pode ser um dos preditores do medo de cair em idosos com DM2. Em suma, a literatura demonstra que a depressão é mais frequente em idosos com maior quantidade de complicações clínicas, tempo de diagnóstico da DM2, e menor controle glicêmico e está associada à pouca prática de atividade física e ao medo de cair. Além disso, o uso de insulina pode implicar em maiores complicações agudas e crônicas por afetar o potencial de autocuidado. Este tema é abordado na literatura com resultados controversos, ao mesmo tempo em que se encontram relações entre DM2 e depressão em idosos, as comorbidades e contexto em que os idosos estão inseridos ainda parecem exercer bastante influência sobre esses achados. Dessa forma, salienta-se a importância de novos estudos nessa área, considerando os aspectos emocionais de pacientes diabéticos, para que o cuidado não seja resumido apenas ao controle glicêmico de maneira isolada, mas na integração das particularidades da saúde dos idosos. Estimula-se a busca de soluções eficazes para promover e potencializar o autocuidado dos indivíduos com mais de 60 anos diagnosticados com DM2.

 ?O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Nivel Superior ? Brasil (CAPES) ? Código de Financiamento 001?


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ISSN 2764-2135