A CORRELAÇÃO ENTRE PROBLEMAS OCLUSAIS E DISTÚRBIOS CRANIOFACIAIS
Resumo
Introdução: A oclusão é definida como a relação de mordida do arco superior com o inferior, em que a posição dentária é determinada por diversos fatores controladores. Injúrias nos elementos do sistema estomatognático, tais como músculos, articulação temporomandibular, dentes e estruturas periodontais, podem ser influenciadas por desequilíbrio oclusal, fator este que deve ser minuciosamente avaliado. São inúmeros fatores que levam aos problemas oclusais, com várias apresentações clínicas, levando a uma dificuldade do cirurgião-dentista no diagnóstico que deve ser feito através de critérios, conhecimento e percepção das mais sutis manifestações, onde essas alterações funcionais entre os arcos dentários podem ter consequências neuromusculares negativas para as estruturas da cabeça e pescoço, interferindo na qualidade de vida. Objetivos: Analisar os diferentes tipos de problemas oclusais, entender como a oclusão interfere nas estruturas craniofaciais, mostrar a importância do domínio dos conhecimentos de oclusão para o cirurgião-dentista e analisar as soluções por meio do embasamento teórico. Metodologia: Foi realizada uma busca no acervo disponível na biblioteca da Universidade de Santa Cruz do Sul e nas bases de dados: Portal de Periódicos CAPES/MEC, Pubmed, Google Acadêmico e Scientific Eletronic Library Online. Foram utilizados artigos nos idiomas português, inglês e espanhol, dando prioridade para artigos publicados a partir de 2015. Resultados: O sistema estomatognático depende do sistema neuromuscular e, por isso, ambos estão interligados, podendo interferir na função. Para promover um movimento mandibular preciso, há estímulo de vários receptores da mastigação, tendões, ATM e periodonto, levando a informação para o sistema nervoso central que organiza e inicia as atividades motoras. O trauma oclusal, a instabilidade ortopédica, maloclusão e parafunções, podem levar a um colapso no sistema, quando a capacidade adaptativa do individuo é inferior ao problema oclusal, onde fatores como a idade, dieta, saúde geral, estado morfológico, clínico e o estresse determinam o limite da tolerância fisiológica e estrutural. Em razão das diferentes etiologias que podem levar aos distúrbios craniofaciais, inúmeros tratamentos são encontrados, onde o consenso atual é uma abordagem multidisciplinar. Conclusão: O diagnóstico e tratamento para os distúrbios craniofaciais é um desafio para o cirurgião-dentista, visto que muito dos sintomas se enquadram em várias classificações, geralmente por conta de mais de uma desordem estar envolvida. Embora exista um crescimento da conscientização sobre a importância da oclusão, ainda há uma confusão sobre diagnóstico e tratamento de problemas oclusais. A falta de atualização sobre o assunto é grande, embora o clínico geral possa encontrar e desfrutar de suficiente informação, muitas vezes controversa, para tornar-se mais competente na área.
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ISSN 2764-2135