USO DE CIMENTOS BIOCERÂMICOS NA ENDODONTIA

Magda de Sousa Reis, Luana Raiter Zucuni, Julia Valkimil Tavaniello, Wesley Misael Krabbe, Márcia Helena Wagner

Resumo


Introdução: a Endodontia é a área da Odontologia responsável pela preservação do órgão dental através da prevenção, tratamento e controle das alterações da polpa e dos tecidos perirradiculares. Ao longo dos anos, sobretudo na última década, beneficiou-se substancialmente do avanço técnico e científico, possibilitando, por meio de novos equipamentos, materiais e capacitação profissional, oferecer tratamentos mais fáceis, rápidos, seguros e com altos índices de sucesso. Os cimentos endodônticos biocerâmicos, com ampla aplicabilidade, são exemplos desses materiais. Objetivo: fortalecer o estudo desse material, visto que tem se mostrado promissor e muitos profissionais têm interesse em introduzi-lo em sua prática clínica. Metodologia: o presente estudo é uma revisão de literatura, feita através do estudo de artigos publicados recentemente na base de dados do PubMed, Scielo, Google acadêmico e portal de periódicos da CAPES, utilizando as palavras-chave em inglês: bioceramic cements, endodontics e mineral trioxide aggregate. Principais resultados: atualmente uma variada gama de cimentos biocerâmicos está disponível no mercado. O cimento biocerâmico pioneiro, denominado de Agregado Trióxido Mineral (MTA) e com nome comercial ProRoot MTA, foi desenvolvido no ano de 1998 e trata-se de um material cinza, resultante da mistura de cimento Portland (75%), óxido de bismuto (20%) e gipsita (5%). Por muito tempo, o ProRoot MTA cinza foi o único cimento biocerâmico comercializado, sendo subsequentemente desenvolvido o ProRoot MTA branco. Após o desenvolvimento do ProRoot MTA, outras marcas de biocerâmicos foram lançadas no mercado, como o Biodentine, MTA Angelus, MTA Fillapex, BioAggregate, BioRoot RCS, Endocem, EndoSequence, entre outras. Porém, o material pioneiro continua sendo o padrão ouro. Os materiais biocerâmicos são classificados como bioinertes, bioativos e biodegradáveis, sendo que a bioatividade só é atribuída aos materiais que são capazes de induzir uma desejada resposta do tecido do hospedeiro. São capazes de atuar como material obturador do sistema de canais radiculares, no tratamento de reabsorção radicular, retro-obturação, selamento de perfuração radicular, revascularização, apicificação e na terapia pulpar vital, em casos de exposição pulpar por trauma, cárie ou outras causas mecânicas, sendo usados como capeadores pulpares diretos. Por serem semelhantes à hidroxiapatita, os biocerâmicos são capazes de formar uma ligação química com a estrutura dentária, realizar um selamento hermético e assim ter uma excelente biocompatibilidade, além dessas características, apresentam boa radiopacidade. Outra vantagem significante é que podem ser aplicados em ambientes úmidos, na presença de água, de sangue e de fluído dentinário. Conclusões: a maioria dos materiais biocerâmicos tem se mostrado biocompatível e com boas características físico-químicas. O desenvolvimento de materiais à base de biocerâmicos melhorou muito as possibilidades do cirurgião-dentista em realizar com sucesso os diversos procedimentos da clínica endodôntica. Porém, mesmo diante de resultados encorajadores, estudos clínicos randomizados e duplo-cegos de extensão suficiente com esses materiais são necessários para confirmar o sucesso em longo prazo após seu uso.

 


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ISSN 2764-2135